Bolsonaro mostra sinais de insanidade, diz artigo da ‘Economist’

Texto da revista conservadora britânica também afirma que conduta do presidente é digna de impeachment

Revista “The Economist” traz reportagem com críticas ao presidente Jair Bolsonaro
Créditos: Reprodução/The Economist/Lo Cole
Revista “The Economist” traz reportagem com críticas ao presidente Jair Bolsonaro

O presidente do Brasil é objeto de um artigo da revista conservadora britânica “The Economist“. Intitulado “Jair Bolsonaro se isola, da maneira errada”, o texto aponta fatores que podem marcar “o começo do fim de sua Presidência”, destacando que ele apresenta “sinais de insanidade” na forma como lida com o combate ao novo coronavírus.

O texto, da última edição da revista, afirma haver poucas dúvidas de que a conduta do presidente “mereça constitucionalmente um impeachment”, mas “poucos em Brasília acreditam que o país quer ou pode arcar com a distração do impeachment enquanto está cercado pela covid-19”.



A revista “The Economist” explica que Bolsonaro é contrário ao isolamento social amplo e defende a quarentena apenas para idosos e pessoas dos grupos de risco do novo coronavírus como forma de preservar a economia. “A tática, contudo, contraria a orientação de grande parte da comunidade médica e científica, que apoia o confinamento social como a melhor forma de frear o avanço da covid-19.”

O artigo afirma também que “Bolsonaro associou a retórica desafiadora à sabotagem ativa da saúde pública” e cita a disputa que o presidente criou com os governos estaduais. “Os governadores dos estados mais importantes do Brasil foram adiante e impuseram bloqueios usando seus próprios poderes. Bolsonaro incentivou os brasileiros a ignorá-los”, avalia a “Economist”.

E segue, citando o “ciúme” do presidente ao seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para arrematar: “Mesmo para seus próprios padrões, a violação de Bolsonaro de seu dever principal de proteger vidas foi longe demais. Grande parte do governo o trata como um parente difícil que mostra sinais de insanidade. Os principais ministros, incluindo o grupo de generais no gabinete, bem como os oradores das duas casas do Congresso, deram apoio às vezes ostensivo a Mandetta, que tem o público ao seu lado”.