Bolsonaro quer ‘perícia independente’ no caso de miliciano morto na BA

Bolsonaro ainda questionou quem fará a perícia nos telefones apreendidos com o ex-capitão do Bope

O presidente Jair Bolsonaro cobrou nesta terça-feira, 18, uma “perícia independente” no copo do miliciano Adriano da Nóbrega, morto no último dia 9 em confronto com policiais da Bahia.

Em uma publicação no Twiiter, Bolsonaro voltou a levantar a possibilidade de que ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) do Rio de Janeiro tenha sido executado.

 Bolsonaro ainda questionou quem fará a perícia nos telefones apreendidos com o ex-capitão do Bope
Créditos: Isac Nóbrega/PR
 Bolsonaro ainda questionou quem fará a perícia nos telefones apreendidos com o ex-capitão do Bope

“A quem interessa não haver uma perícia independente? Sua possível execução foi “queima de arquivo”?  Sem uma perícia isenta os verdadeiros criminosos continuam livres até para acusar inocentes do caso Marielle”, escreveu Bolsonaro.

O presidente também questionou sobre a perícia nos celulares encontrados no sítio na zona rural da cidade baiana de Esplanada, onde Adriano da Nóbrega foi morto.

“Quem fará a perícia nos telefones do Adriano? Poderiam forjar trocas de mensagens e áudios recebidos? Inocentes seriam acusados do crime?”, questionou Bolsonaro em outra publicação na mesma rede social.

Fotos

Nesta semana, fotos da autopsia do corpo de Adriano divulgadas pela revista Veja reforçam a suspeita de que o miliciano foi executado, e não morto em confronto, como afirmam os governos da Bahia e do Rio de Janeiro.

Imagens revelam que Adriano Magalhães de Nóbrega foi morto com tiros disparados a curta distância
Créditos: Reprodução/TV Globo
Imagens revelam que Adriano Magalhães de Nóbrega foi morto com tiros disparados a curta distância

Adriano estava na propriedade de Gilson Batista Lima Neto, vereador do PSL conhecido como Gilsinho da Dedé.

Segundo a revista, Adriano foi executado com tiros disparados a curta distância, conforme consta no laudo da autopsia.

Nas imagens é possível perfurações de projéteis no tórax e no queixo. De acordo com a Veja o primeiro ferimento sugere que o disparo foi feito a menos de 40 centímetros de distância e o segundo tem características de tiro disparado depois que a vítima já estava no chão.

As imagens revelam ainda outros dois ferimentos –um corte na cabeça, que pode ter sido provocado por uma queda, um facão ou até uma coronhada; e uma queimadura no peito, que pode ter sido causada pelo cano de uma arma longa de grosso calibre.

Rachadinha

Ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como “capitão Adriano”, era apontado como chefe do “Escritório do Crime”, milícia suspeita pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Adriano também era considerado peça-chave no esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.