Bolsonaro traz áudio de Lula sobre o Foro de São Paulo e viraliza

O candidato associou o Foro ao ex-presidente Lula

Jair Bolsonaro atacou o Foro de São Paulo em propaganda na TV
Créditos: reprodução/Record
Jair Bolsonaro atacou o Foro de São Paulo em propaganda na TV

Em sua primeira inserção de propaganda eleitoral gratuita no segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) traz em boa parte do tempo acusações sobre o Foro de São Paulo, e mostra a relação com sua família, em vez de suas propostas de governo, fato que acabou dividindo opiniões na web.

Na peça, uma voz em off mostra imagens da queda do muro de Berlim, e, em seguida, diz que, enquanto a “Europa se libertava de um marco do comunismo” na “América Latina um encontro selava a criação do Foro de São Paulo, um grupo político com ideologia comunista e de esquerda liderado por Lula e Fidel Castro”.

A propaganda chega a citar ainda nomes como o da ex-presidente Dilma Rousseff, e, entre outros, Fernando Haddad, e reproduz o áudio de um discurso de Lula sobre a criação do Foro.

Veja a reação da web:

https://twitter.com/Dudu/status/1050778507800977408

O que é o Foro de São Paulo?

Ainda no primeiro turno das eleições, o tema veio à baila após uma declaração do Cabo Daciolo no debate da Band que acusou Ciro Gomes de ser um dos fundadores do Foro de São Paulo. Na época, o político do Patriota questionou Gomes sobre a Ursal.

O Foro de São Paulo é uma organização que engloba vários partidos e movimentos sociais populares e de esquerda da América Latina e do Caribe, fundado em 1990 pelo PT e pelo Partido Comunista de Fidel Castro, entre outros.

O grupo se autodeclara como sendo de esquerda, anti-imperialista, socialista e democrático e tem como meta a promoção de debates a fim de discutir as alternativas à visão neoliberal da economia e da política.

A premissa de que o Foro de São Paulo visa implementar o comunismo nos países da América Latina é mentirosa, conforme apontou Diego Antonio Rodriguez em reportagem da revista Carta Capital, que você pode ler clicando aqui.

Conforme Diego, o grupo “apenas reúne seus participantes de dois em dois anos para discutir questões que sejam pertinentes aos seus membros. E em vários países há governantes de partidos integrantes do Foro sem que isso tenha significado o fim da democracia”.