Bombeiro cancelou chamado de Samu para Paraisópolis a pedido da PM

Outro vídeo que circula nas redes sociais mostra PM à espreita para acertar com uma barra os jovens que passavam pelo local

Por: Redação

Um soldado do Corpo de Bombeiros cancelou o único pedido de socorro que foi feito ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) durante a ação que terminou com a morte de nove jovens entre 14 e 23 anos na favela de Paraisópolis, zona sul da capital paulista, no último domingo, 1º. A alegação é de que as vítimas teriam sido socorridas por policiais militares, por isso acharam de bom tom ignorar o pedido de socorro.

Vídeo que circula nas redes sociais mostra PM acertando com uma barra os jovens em Paraisópolis que passavam pelo local
Créditos: Reprodução/ Twitter
Vídeo que circula nas redes sociais mostra PM acertando com uma barra os jovens em Paraisópolis que passavam pelo local

Segundo o G1, a ligação foi feita às 4h18 do domingo por uma jovem relatando a agressão que ela e outro rapaz sofreram de policiais. Ela também disse que uma bomba feriu suas pernas e os olhos do garoto, relatou violência sexual e uso de armas de choque. O Samu transferiu o chamado para outra viatura duas vezes e depois cancelou. A Secretaria de Segurança Pública disse que a jovem foi levada a um pronto-socorro e os outros socorristas foram hostilizados, por isso não chegaram ao local.

Moradores da comunidade relataram que também não conseguiram socorrer às vítimas por terem sido ameaçados por PMs. Seis policiais foram afastados das ruas nesta segunda-feira, 2, e trabalham apenas em serviços administrativos.

Novas imagens mostram a chegada da PM em Paraisópolis. No vídeo, às 3h45, pessoas estão na rua quando motociclistas que seguiam em um sentido param e dão meia volta. Cinco motos da PM, seguidas de duas viaturas, passam pela mesma rua. Às 4h um policial joga duas bombas de efeito moral.

Em outra imagem é possível ver um policial à espreita em um dos becos da comunidade, com uma barra nas mãos, esperando os jovens que passavam correndo, muitos com as mãos levantadas, para atingi-los. O governador de São Paulo, João Doria, disse que a política de segurança pública não vai mudar. Veja o vídeo: