‘Churrasco da morte’: Bolsonaro desiste de promover festinha no Alvorada

Presidente não vai mais fazer o churrasco para "3 mil pessoas". O cancelamento seria pela repercussão negativa

São quase 10 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil. Mesmo assim, o presidente segue ironizando o isolamento social e minimizando a gravidade da pandemia. Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a declarar, na última sexta-feira, 8, que promoveria um churrasco neste sábado, 9. “Tem 1,3 mil convidados. Quem estiver amanhã aqui a gente bota para dentro. Vai dar mais ou menos 3 mil pessoas no churrasco”, debochou.

De acordo com reportagem da Folha, ele desistiu do plano de fazer um churrasco no Palácio da Alvorada. Aliados do presidente ouvidos reservadamente pelo jornal disseram que o convite havia sido feito a ministros e outros integrantes do governo. Segundo esses aliados, o cancelamento do churrasco seria pela repercussão negativa. Outras acreditam que era “apenas” uma provocação.

Confira a repercussão do “churrasco da morte” nas redes sociais, um dos assuntos mais comentados no Twitter desde a manhã de sábado:

“Chute no saco do povo”

O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), afirmou que o churrasco que o presidente queria realizar para apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada é um “chute no saco do povo”. Para o senador, que era um apoiador ferrenho de presidente até pouquíssimo tempo atrás, a fala de Bolsonaro é uma afronta à população brasileira.

Dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira, 8,  mostram que o Brasil bateu um novo recorde de mortes e casos do novo coronavírus registradas em um dia, com 751 novos óbitos e 10.222 diagnósticos de covid-19 confirmados. Na quarta-feira, 6, o Brasil superou a Bélgica e se tornou o sexto país com mais mortes no mundo.