Colunista da Folha chama ministro de Bolsonaro de “Cabo Daciolo”

Um dos principais jornalistas do país e especialista em relações internacionais, Clóvis Rossi, da Folha, chama do futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de “Cabo Daciolo Intelectualizado”.

“Lembra-se do Cabo Daciolo, aquele candidato presidencial cujo bordão permanente era “Glória a Deus”? Pois é, uma versão teoricamente intelectualizada do Cabo acaba de ser escalada para o Itamaraty.

Chama-se Ernesto Henrique Fraga Araújo e assim se apresenta em seu blog Metapolítica 17:

Sou Ernesto Araújo. Tenho 28 anos de serviço público e sou também escritor. Quero ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista.

Globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural. Essencialmente é um sistema anti-humano e anti-cristão. A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante.

O projeto metapolítico significa, essencialmente, abrir-se para a presença de Deus na política e na história.

Nada contra o Cabo Daciolo e sua fé, nada contra abrir-se para a presença de Deus. Mas vamos combinar que nunca deu certo colocar Deus na política. É uma pretensão messiânica que faria inveja aos aiatolás iranianos (ainda que o Deus deles seja outro).

Comecemos pela estapafúrdia tese de que a globalização econômica passou a ser “pilotada pelo marxismo cultural”. A globalização, na essência, atende às necessidades das corporações de ampliarem para o mundo todo o seu alcance, para o comércio, investimentos, operações financeiras —enfim, o universo do capitalismo, por definição antagônico a qualquer perfume marxista, mesmo que leve.

Mas a, digamos, filosofia que embasa os pensamentos de Araújo é uma regressão não de décadas, mas de séculos, o que fica muito mais claro em texto dele para o número 6 dos Cadernos de Política Externa.

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