Com 93 mortes em 1 dia, caminhões transportam caixões de Bergamo para outras cidades

Foto de caminhões enfileirados levando corpos das vítimas do coronavírus comoveu o mundo. Número de mortos na Itália ultrapassou a China

Epicentro da pandemia de coronavírus na Itália, a cidade de Bergamo, na região nordeste, protagonizou um dos episódios mais tristes da história recente do país.

Na noite da última quarta-feira, 18, a imagem de caminhões militares enfileirados, que levava corpos de vítimas da doença, ganhou repercussão em todo o mundo.

Isso porque, em função do considerável número de mortos, o necrotério do distrito de Borgo Pallazo não tem capaciade para receber novos caixões. Além disso, o crematório da região, ativo ininterruptamente há mais de uma semana, incinera em média 25 corpos por dia.

O acúmulo de óbitos obrigou o prefeito da cidade, Giorgio Gori, a fechar o cemitério de Bergamo pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

Exportando corpos

Com uma morte a cada 3,3 minutos, em pouco mais de duas semanas a Itália se tornou foco da pandemia em todo o mundo. Registrou 427 óbitos em apenas um dia e ultrapassou a China em número de vítimas: 3.405 contra 3.245.

Para lidar com a situação extrema, Bergamo recorreu ao uso de veículos militares, que transportam as vítimas para crematórios de outros municípios próximos.

Apenas na última quarta-feira, 18, os dados oficiais registraram 93 mortos na cidade, embora o próprio prefeito reconheça que a contagem deve ser ainda maior_uma vez que muitas vítimas, mortas com sintomas compatíveis aos do coronavírus, foram enterradas sem testes comprobatórios.