Crise em Brasília: Bolsonaro exonera diretor da PF; Moro deve sair

Ex-juiz da Lava Jato, surpreso com a demissão de seu braço direito, marcou coletiva para as 11h

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), exonerou Maurício Leite Valeixo do cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal). O decreto com a demissão do braço direito do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) foi publicado na madrugada desta sexta-feira, 24, no Diário Oficial da União.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro
Créditos: Antonio Cruz/ Ag. Brasil
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro

Bastidores de Brasília apontam que a decisão do presidente, embora ventilada desde a última quinta-feira, não foi informada oficialmente ao ministro, nem “a pedido” do diretor-geral, como aparece no ato de exoneração, o que fortalece sua indignação e deve precipitar sua saída do governo, segundo o “Estado”.

O ato de Bolsonaro, uma intervenção em um órgão que investiga familiares e amigos do presidente, desprestigia Moro, nomeado como “superministro” e um dos membros mais populares do governo, por carregar a bandeira da luta contra a corrupção.

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O ex-juiz da Lava Jato, surpreendido pela publicação da exoneração nesta madrugada, já que negociava ainda com o presidente sua manutenção no ministério, marcou coletiva com a imprensa para as 11h desta sexta-feira, quando deve anunciar seu pedido de demissão. Sua condição para se manter no governo Bolsonaro era justamente a permanência de Valeixo no comando da PF.

Embora a exoneração tenha sido publicada com a assinatura eletrônica de Moro, além da do presidente, segundo a “Folha”, o ex-juiz da Lava Jato não foi avisado oficialmente.