Curador da Queermuseu: “Eu recebi mais de cem ameaças de morte”

“Minha defesa sempre é artística e conceitual. Política também, mas no âmbito da arte”
Créditos: Mariana Simões/Agência Pública
“Minha defesa sempre é artística e conceitual. Política também, mas no âmbito da arte”

Inicialmente realizada no Santander Cultural de Porto Alegre, a exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira foi cancelada em setembro do ano passado quando membros do Movimento Brasil Livre (MBL) criticaram o seu conteúdo como imoral e ofensivo.  À época, a exposição foi acusada de fazer apologia à pedofilia, pornografia e zoofilia.

Em entrevista à Agência Pública, o curador da exposição, Gaudêncio Fidelis, avalia que os ataques à Queermuseu demonstram uma tendência no crescimento do conservadorismo e fundamentalismo no Brasil. “Eu recebi mais de cem ameaças de morte. Foi terrível. Não tinha volume dos ataques que recebi. Eu tive que andar com segurança naqueles primeiros dias”, relembra.

A decisão do Santander Cultural de fechar a exposição foi criticada e gerou manifestações em prol da liberdade de expressão.

Reviravolta 

Mas uma onda de apoio culminou com uma campanha de crowdfunding para remontar a Queermuseu, dessa vez no Rio de Janeiro, no Parque Lage, o que levou a um recorde nacional de financiamento coletivo com mais de R$ 1 milhão arrecadado.

Segundo o seu curador, a reinauguração contou com a presença de cerca de 10 mil pessoas e se deve à importância política que a exposição ganhou para além do mundo da arte. “Nunca no Brasil uma exposição permaneceu tanto tempo no debate público”. Confira a matéria na íntegra no site da Agência Pública.