Da web aos palcos: curta o Festival Sai da Rede em SP, DF e BH
Sair da rede não é um movimento que qualquer artista consegue, mas hoje é quase certo: se aquela música, cantor ou banda bombou na web, a chance de dar certo aumenta, com certeza. Há quem diga que esse é o fluxo atual: postar, compartilhar e ganhar o mundo tem sido cada vez mais frequente. A qualidade musical de quem passa de uma rede para todas as outras e chega aos palcos é imensa, e até virou nome de festival.
O Banco do Brasil apresenta nos CCBBs das cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília, os sucessos on-line dos artistas que chegaram com tudo para dominar outros ambientes que não só os virtuais, através do Sai da Rede – O Som que Sai da Web. A programação acontece desde 2011 e, desta vez, 11 artistas que já bombam na playlist de quem adora navegar pelos aplicativos, YouTube e redes sociais passam pelos CCBBs.
Rico Dalasam e Tássia Reis deram as caras há algum tempo no cenário do rap brasileiro. Dois rappers negros, que despontaram nas redes, cada um com uma pegada diferente e a essência do ritmo que geralmente toca na ferida. É mais ou menos assim que Tássia Reis chega ao festival com o seu último disco, Outra Esfera, lançado em 2016. Músicas como Ouça-me e Da Lama/ Afrontamento representam muito bem a força da rapper feminista, que também fala daquela dorzinha de amor em Semana Vem e Se Avexe Não. Rico Dalasam também fala do que representa suas lutas em Orgunga, uma forma de nomear “orgulho negro e gay” com o disco de estreia. Duas músicas resumem bem essa definição Milimili, que abre o disco, e Esse Close Eu Dei. Close certíssimo inclusive!
Da Bahia vem uma junção de ritmos da música popular brasileira, com uma nova cara que está ganhando o país ultimamente. As referências não deixaram de existir, mas As Bahias e a Cozinha Mineira e Russo Passapusso dão outro tom ao gênero. Russo, dono de uma voz singular e acompanhada principalmente pelas batidas eletrônicas, traz aos palcos uma ligação com o rap, reggae e o sound system jamaicano, com aquele truque baiano que deixa todo mundo encantado. O resultado foi Paraíso da Miragem, lançado em 2014. BaianaSystem e o Bemba Trio também são projetos grandes do cantor. Raquel Virgínia e Assucena Assucena, acompanhadas por mais quatro músicos, surpreendem nos graves e agudos inspirados principalmente em Gal Costa, uma musa para a banda. O disco que foi lançado na Internet foi Mulher, em 2015.
A ligação entre a música e Lucas Estrela é tão forte, que aos 15 anos, o cantor já tinha ingressado na Escola de Música da UFPA, no curso de violão clássico. O disco Sal ou Moscou, de 2016, foi gravado com todos os instrumentos tocados por ele e as faixas eletrônica também foram programadas pelo músico. O som navega entre as tecnoguitarradas e o tecnobrega, a cara do Pará com um toque urbano dos sintetizadores de computador.
Júlia Vargas é a aposta de Milton Nascimento. Que padrinho valioso, né? Ana Vilela, autora de Trem-Bala, alcançou um sucesso enorme ao ser interpretada por Gisele Bündchen. Com 3,6 milhões de visualizações, Rubel também apresenta um álbum totalmente autoral e independente. Ainda dá para curtir a carioca Mahmundi, com suas intervenções eletrônicas e a brisa da MPB do Rio, da banda 13.7, cujas influências passam do rock ao blues, pelo samba e pela na vanguarda paulistana, e contam com o talento de 5 jovens, em especial, do vocalista Chico Chico, filho da Cássia Eller. Além da banda goiana Carne Doce e da rapper Flora Matos.
Todos os artistas se destacaram na Internet. Pois então, é hora de desligar o Wi-Fi e curtir o som off-line. Se você quiser compartilhar nas redes, tudo bem! Mas o importante é curtir o som também fora dela.
Acesse a programação completa de SP, BH, DF e RJ em bb.com.br/cultura.