Deputado bolsonarista defende matar manifestantes a tiros

"Eu estou torcendo para isso", disse o parlamentar

Neste domingo, 31, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) divulgou um vídeo com ameaças a manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A gravação foi feita enquanto o parlamentar dirigia em direção a um ato pró-governo em Copacabana, no Rio.

“Vocês vão pegar um ‘polícia’ zangado no meio da multidão, vão tomar um no meio da caixa do peito, e vão chamar a gente de truculento”, disse Silveira. “Eu estou torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo.”

O deputado, acompanhado do deputado estadual Anderson Moraes (PSL-RJ) e da deputada federal Major Fabiana (PSL-RJ), provocou os manifestantes contrários a Bolsonaro e pediu a um policial para que queimasse a bandeira do outro lado.

Deputado federal Daniel Silveira

Daniel Silveira ficou conhecido nas as eleições por quebrar uma placa com uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março daquele ano.

Daniel Silveira no dia em que quebrou a placa em homenagem a vereadora assassinada, Marielle Franco
Créditos: Reprodução/Instagram
Daniel Silveira no dia em que quebrou a placa em homenagem a vereadora assassinada, Marielle Franco

Em 2019, às vésperas do Dia da Consciência Negra, no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, ele negou a existência do genocídio da população negra, em um discurso de conteúdo racista.  Silveira contestou os dados do Ipea, afirmando que ele teve o “prazer e o desprazer” de atuar em todas as favelas do Rio de Janeiro e que se mais negros morrem é porque “tem mais negros com armas, mais negros no crime e mais negros confrontando a polícia”.

No mesmo ano, com o celular na mão e ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim,  ele resolveu fazer, sem autorização, uma “vistoria” no Colégio Pedro II, campus de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.

Em dezembro passado, o deputado protagonizou outra baixaria. Na última sexta-feira, 6, ele trocou cusparadas e ofensas com uma mulher na lanchonete da universidade onde estuda em Petrópolis (RJ).