Dimenstein: motorista Fabrício atropelou a família Bolsonaro

Até o momento em que escrevo esta coluna, o motorista Fabrício Queiroz continuava desaparecido, aumentando ainda mais o suspense e, em especial, as suspeitas.
Não só ele sumiu. Mas sua família.
O fato: o motorista atropelou a família Bolsonaro, provocando hematomas em sua imagem.
Foi um exemplo de como não se lida com uma crise, quando não se tem nada para esconder.
Se Fabrício Queiroz tivesse uma explicação “plausível”, como informou seu chefe, Flávio Bolsonaro, tudo seria esclarecido rapidamente para evitar a disseminação de suspeitas.
É assim que age qualquer pessoa que se sente acusada injustamente.
O problema é que tudo está cheirando mal – e, cada vez, pior.
Afinal, foram sete funcionários ou ex-funcionários de Flávio Bolsonaro que depositaram dinheiro na conta do motorista.
Um pedaço do dinheiro cai na conta de Michelle, a futura primeira-dama, com a desculpa de que Bolsonaro não tem tempo de ir ao banco, como se não houvesse aplicativos de fácil transferência.
A única explicação “plausível” até aqui é simples: ele era um laranja, recebendo depósitos suspeitos.
E a maior suspeita, até que se esclareça, é que o grande beneficiário era a família Bolsonaro.
Não é uma suspeita infundada.
É sabido que, entre parlamentares, há o costume de cobrar um pedágio dos funcionários do gabinete.