Dimenstein: pela primeira vez revelo como eu teria votado feliz

Pela primeira vez, eu vou revelar em quem eu gostaria de ter votado.
Apenas um nome me acendeu alguma esperança. Apenas um – mas ele, para minha tristeza, desistiu.
Estou certo de que ele venceria a eleição com facilidade. E teríamos dado um exemplo ao mundo de diversidade e inteligência.
Eu teria votado fervorosamente nesse nome – e nunca votei fervorosamente em ninguém.
Em duas eleições, votei satisfeito em Fernando Henrique Cardoso. Não foi fervorosamemte. Mas não me arrependi. Pelo contrário: hoje as pessoas já veem seu importante papel no Brasil.
Votei em Lula uma vez. Mas foi em legítima defesa: ele competia com Fernando Collor.
Eu teria votado fervorosamente em Joaquim Barbosa.
Até discordo de algumas de suas posições em economia. Faço mais o perfil liberal: acredito na economia de mercado com investimentos sociais, especialmente em educação.
Meu entusiasmo no ex-presidente do STF estava baseado, primeiro, no seu histórico de honestidade, ao enfrentar muita pressão para condenar o PT e colocar suas lideranças na cadeia. Lembre-se que, na época, o PT era poder – e Joaquim Barbosa tinha sido indicado por Lula para o STF.
Joaquim é o que o Brasil melhor podia ser: um negro de família pobre que vence todas as adversidades pela educação. Ele estudou nas melhores escolas do mundo.
Como educador sempre ligado à inclusão, aprendi a admirar esse tipo de gente resiliente que vence pelo amor ao aprendizado.
O jeito que ele decidiu votar agora é o jeito que eu vou votar. Não gostaria de votar nem no PT, muito menos em Bolsonaro.
Mas o medo de faz votar em Haddad.