Dimenstein: só uma coisa importa na questão dos médicos cubanos.

Nessa discussão sobre a saída dos médicos cubanos do país, só me interessa uma coisa: quanto tempo vai demorar para preencher as vagas do programa “Mais Médicos”.

Não vou entrar agora na  discussão se a culpa foi de Cuba ou de Jair Bolsonaro.

Se os médicos eram ou escravizados ou não, vivendo numa situação de exploração.

Só peço, em nome da saúde pública, que encontrem com urgência uma solução.

Há 2000 vagas em aberto há muito tempo. Mais: os médicos estrangeiros ( cubanos, venezuelanos e bolivianos) aceitaram trabalhar em lugares que os brasileiros não aceitaram.

Reproduzo aqui um trecho do jornal “O Globo”:

“Desde sua criação em 2013 até julho deste ano, o Mais Médicos atendeu 3.989 cidades, das quais 1.446 – ou 36,25% – só receberam médicos cubanos.

. Dos 36.977 profissionais contratados pelo programa desde 2013, 19.194 (51,9% do total) vieram da parceria com o país caribenho, feita por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Enquanto isso, 16.894 brasileiros aderiram ao Mais Médicos, somando cerca de 45,7% da força de trabalho. Os outros 889 contratados  são oriundos de 58 países, com destaque para Venezuela, Argentina e Bolívia .

Além de serem a única assistência fornecida pelo Mais Médicos em 1.446 municípios, os médicos cubanos foram a maioria da força de trabalho empregada em 886 municípios. O acordo mediado pela Opas condiciona o envio de médicos ao Brasil ao repasse de parte da remuneração dos profissionais ao governo cubano.”

Já que a saída dos cubanos está decidida, só existe essa questão relevante: quando eles serão substituídos.

Afinal, quando Lula, Dilma ou Bolsonaro ficam doentes, eles têm Sírio-Libanês e Einstein. Os que estão nos municípios mais pobres não têm nada”.