Doria exige que Bolsonaro se desculpe por atacar a quarentena

O governador salientou que um recuo de Bolsonaro na atual situação é um gesto de 'grandeza' e não 'fraqueza'

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), exigiu, nesta terça-feira, 31, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se desculpe por atacar a quarentena, medida eficaz de combate a proliferação do novo coronavírus no país.

Doria exige que Bolsonaro se desculpe por atacar a quarentena
Créditos: Reprodução
Doria exige que Bolsonaro se desculpe por atacar a quarentena

Doria disse durante a entrevista coletiva concedida nesta terça que Bolsonaro deveria se desculpar com a população por incentivar as pessoas a descumprirem o isolamento social e saírem de casa durante a pandemia

O governador de São Paulo citou o exemplo do prefeito de Milão. Giuseppe Sala, que patrocinou a campanha “Milão não para” e depois que o número de mortes na região chegou a 4.474, ele pediu desculpas publicamente. Nesta terça-feira, a Espanha registra 8.189 mortes pela covid-19.

“Ele reconheceu o seu erro ao apoiar uma iniciativa do setor privado em apoiar a campanha de que Milão não deveria parar. A lição de humildade do prefeito é de recnohecer os erros e eu espero que o presidente Jair Bolsonaro reconheça o seu erro de estimular as pessoas a saírem de casa. Faça, presidente, como fez o prefeito de Milão. Reconheça o seu erro e seja valorizado por isso. Ser humano, ser sincero, falar a verdade, reconhecer as suas falhas é prova de grandeza e não de fraqueza”, disse Doria.

Em relação ao decreto cogitado pelo presidente Jair Bolsonaro, para reabrir o comércio, Doria disse que pode entrar na justiça para garantir que apenas os serviços essenciais sejam mantidos. “Se Bolsonaro vier a implementar ou tomar decisão desse tipo, informo que o governo de São Paulo tomará medidas judiciais para evitar que isso aconteça. Em São Paulo, não vamos permitir que nenhum ato irresponsável se sobreponha ao posicionamento sereno, equilibrado e responsável do Estado, através de seu governo e das prefeituras”.

“A vida vem antes do lucro. E, por favor, fiquem em casa”, afirmou Doria.