Entrevista exclusiva de Gilberto Dimenstein com Luiza Erundina

Nesta quarta-feira, dia 14 de setembro, o jornalista Gilberto Dimenstein entrevistou a candidata à prefeitura da cidade de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL). A entrevista foi realizada dentro do escritório do Facebook Brasil.

Luiza Erundina (PSOL)
Luiza Erundina (PSOL)

Numa ação inédita, o Catraca Livre esteve rodando a cidade com um caminhão e colhendo perguntas dos eleitores de diferentes localidades de São Paulo. Veja alguns dos pontos abordados durante a entrevista de hoje.

CASO SEJA ELEITA

A candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, afirmou que não abandonará o cargo de prefeita da cidade, caso seja eleita, para disputar a outros cargos públicos. Ela assinou um documento ao vivo se comprometendo com esta decisão.

Ela ainda aproveitou para dizer que o candidato Celso Russomanno não quis assinar a carta e, por isso, “Ele não deve responder pelas suas próprias decisões ou está mal intencionado”.

ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL

Luiza afirmou que antes de aumentar o tempo das escolas, o ideal é que o ensino municipal melhore qualitativamente. Não adianta, segundo ela, os estudantes passarem muito tempo dentro da sala de aula sendo que o ensino ainda conta com tantas dificuldades.

MOBILIDADE E PASSE LIVRE

Erundina disse que a mobilidade será uma das suas principais prioridades caso seja eleita. Luiza também afirmou que não irá aumentar a velocidade das vias da cidade e ainda criticou os candidatos que pretendem fazer isso, caso de Marta Suplicy, João Doria e Celso Russomanno.

Quanto ao passe livre, ela disse que irá analisar propostas quanto ao tema para que a população com menos recursos financeiros seja beneficiada.

Erundina sendo entrevistada por Gilberto Dimenstein
Erundina sendo entrevistada por Gilberto Dimenstein

MOBILIDADE URBANA NOTURNA

Erundina disse que irá avaliar o passe livre durante este horário. Segundo ela, os trabalhadores noturnos seriam muito beneficiados com isso.

APRENDIZAGEM COM OS ERROS

A candidata disse que errou muito ao não ter uma política de comunicação mais eficiente no passado. Ela alegou este fato dizendo que o PT (e partidos de esquerda) tinha uma ideia muito fechada quanto a isso, sempre achando que a imprensa estaria contra eles. Vale lembrar que Erundina, agora, é do PSOL.

LIBERDADE RELIGIOSA

Disse que defende a liberdade de credo, crença e manifestação. E que não irá admitir qualquer tipo de interferência nas decisões de livre expressão, seja de qualquer tipo. “E que garante isso é a constituição brasileira, afinal, o Estado é laico”. 


CURSO PREPARATÓRIO PARA ESTUDANTES DE BAIXA RENDA

Erundina afirmou que os jovens negros da periferia já fazem parte dos seus planos de governo no quesito de ajudá-los a concluírem o curso superior. Segundo ela, as cotas ainda não são suficientes.
QUESTIONADA QUANTO A IDADE DE 83 ANOS

“Eu não me vejo velha e não me sinto velha. Estou mais preparada agora do que há 25 anos”. Luiza disse que um médico lhe recomendou uma vez que ela descansasse e abandonasse a política. Ela disse que, caso o médico se juntasse a ela, ambos poderiam fazer da cidade um lugar melhor.

INFORMATIZAÇÃO DA SAÚDE

Erundina disse que o investimento público em saúde ainda é muito baixo e que este valor deveria ser muito maior. Ela aproveitou para denunciar a privatização da saúde de São Paulo, pois segundo ela, 65% da saúde está nas mãos de empresa privadas, sem que haja uma fiscalização intensa do governo.

LIDERANÇA POLITICA

Luiza disse que um prefeito de São Paulo precisa ter voz política dentro do país e não semente dentro da cidade. Por isso, ela se sente totalmente qualificada para o cargo.

QUESTIONADA QUANTO AOS OUTROS CANDIDATOS À PREFEITURA DE SÃO PAULO, ERUNDINA RESPONDEU: 

MARTA SUPLICY- “Ela traiu os seus ideias políticos, Marta traiu o partido que lhe acolheu no passado. Ela é muito arrogante”.

JOÃO DORIA – “Só falta ele privatizar a cadeira de prefeito, pois ele quer privatizar tudo. A cidade não é uma empresa como ele pensa. A cidade é feita de diversidade e isso deve ser enaltecido”.

RUSSOMANNO-  “Ele não tem consistência, é uma figura menor. O cidadão não é apenas um consumidor como ele pensa”.

HADDAD: “Ele precisa ter mais liderança política, ainda age muito como professor e pouco como líder político”.

Uma das novidades que o Catraca Livre está adotando durante as entrevistas com os candidatos, feitas via transmissão ao vivo do Facebook, é o fato de termos profissionais de LIBRAS (língua brasileira de sinais) para tornar o conteúdo mais inclusivo para os nossos leitores. Aliás, aproveitamos para agradecer esta sugestão feita pelo nosso público.

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Por Felippe Canale

Jornalista parceiro da Catraca Livre