‘Escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo’, declara Mourão

“Talvez, pela minha personalidade, eu escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo, só isso”, disse o vice-presidente

Durante uma conferência em Cambridge (EUA) neste domingo (7), o vice-presidente Hamilton Mourão disse que se fosse presidente da República, “escolheria outras pessoas” para trabalhar no governo: “Talvez, pela minha personalidade, eu escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo, só isso”.

A declaração ocorreu no Brazil Conference, evento promovido por alunos da universidade Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), após ser questionado sobre o que teria feito diferente de Jair Bolsonaro nos primeiros 100 dias de gestão.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao lado do vice Hamilton Mourão
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao lado do vice Hamilton Mourão

Já sobre as medidas tomadas por Bolsonaro no governo, Mourão disse que concorda com tudo. “Eu vou dizer uma coisa pra vocês: isso é do coração. A minha parceria com o presidente Bolsonaro é total. A gente discute, a gente debate as ideias, mas quando ele toma a decisão, eu estou com a decisão dele 100%. Como é aquela música presidente: ‘faria tudo outra vez’. Eu faria tudo outra vez” , disse ele.

Ainda no dia, o vice-presidente foi aplaudido de pé ao responder o aluno de PHD em Ciência Política da Harvard Fernando Bizarro: “As Forças Armadas parecem estar fortemente vinculadas a esse governo, porque que as coisas seriam diferente desta vez? O senhor não teme que o fato de as Forças Armadas serem uma instituição permanente o Estado com um governo temporário poder corroer a legitimidade das Forças? Porque a lição que o general Geisel aprendeu não se aplica ao senhor?”, questionou Bizarro.

A pergunta do estudante fez referência ao general Ernesto Geisel, presidente do Brasil de 1974 a 1979, responsável pela transição de poder do regime militar ao civis.

Mourão respondeu: “Vamos olhar o seguinte: o general Geisel não foi eleito. Eu fui”. Neste momento, o vice foi ovacionado, exceto por uma pessoa que gritou “ditadura nunca mais” e foi retirada do local rapidamente.