Ex-mulher de autor de chacina denunciava agressão desde 2005

A técnica em contabilidade Isamara Filier, assassinada pelo ex-marido na chacina que deixou 12 mortes na noite de Réveillon em Campinas, registrou cinco boletins de ocorrência contra Sidnei Ramis de Araújo por crimes de agressão e ameaça desde 2005. As queixas na polícia, que incluíam denúncia por abuso sexual contra o filho, foram até 2015.

Dois boletins são de ameaça e injúria (em 2005 e 2012), um de vias de fato (quando há agressão sem lesão corporal, em 2013) e outro de violência doméstica e ameaça, em 2015. Há também um boletim, não criminal, por aproximação do pai em dia não marcado para visita, em 2014.

Isamara Filier e João Victor Filier de Araujo, ex-mulher e filho do atirador

No dia 31, Sidnei saltou o muro da residência onde acontecia a festa de fim de ano da família da ex-mulher e começou a disparar. Ele matou Isamara, seu filho, João Victor, de 8, e mais dez pessoas. Depois, Sidnei se matou.

Nas redes sociais, várias pessoas acusam o crime de feminicídio. No Facebook, a ex-presidente Dilma Rousseff ressaltou a importância de defender com firmeza a Lei Maria da Penha, de combate à violência contra a mulher.

“A misoginia mata todos os dias. Matou Isamara Filier, uma criança, outras oito mulheres e três homens. É intolerável que o machismo encontre eco no pensamento conservador e justifique o feminicídio. O momento é de fortalecer a política de direitos humanos para defender as mulheres da cultura do ódio e da violência pelo único motivo de serem mulheres”, escreveu a petista.