Entidades questionam Facebook por possível coleta ilegal de dados

O projeto Criança e Consumo, do Alana, aliado a uma série de grupos brasileiros e internacionais ligados aos direitos da infância uniram esforços para redigir e enviar uma carta ao Facebook, solicitando um posicionamento sobre a coleta de informações de crianças e adolescentes. O documento foi enviado no último dia 10 de maio.

De acordo com matéria pública da no jornal The Australian, o Facebook teria apresentado um estudo ao mercado publicitário no qual teria mostrado que está coletando dados sobre o estado emocional e mudanças de humor de seus usuários mais jovens, incluindo crianças e adolescentes de até 14 anos.

Preocupada com o destino dessas informações, a Public Citizen elaborou uma petição endereçada à empresa e assinada por 25 instituições do mundo, entre elas três brasileiras: o Criança e Consumo, do Alana, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social e Instituto Beta: Internet & Democracia, em que pedem que a plataforma disponibilize todos os documentos que descrevem como foram coletados, analisados, usados e distribuídos os dados sobre as crianças e adolescentes usuárias da rede social.

O objetivo do estudo, realizado sem consentimento dos usuários, é coletar informações sobre perfil de consumo e preferências para ajudar as marcas a serem mais assertivas na hora de oferecer seus produtos.
O objetivo do estudo, realizado sem consentimento dos usuários, é coletar informações sobre perfil de consumo e preferências para ajudar as marcas a serem mais assertivas na hora de oferecer seus produtos.

De acordo com a reportagem do The Australian, o estudo, teria sido conduzido secretamente e sem o consentimento dos usuários, com o objetivo de oferecer referências privilegiadas aos anunciantes da plataforma para ajudar as marcas na promoção de seus produtos, a partir da exploração das emoções e vulnerabilidades dos mais jovens com o objetivo único de gerar lucro

A solicitação das organizações também reforça que o público, seus usuários e os governantes têm o direito de saber o quão abrangente foi o estudo, quem ele afetou, e como a empresa vai garantir que isso não ocorrerá novamente.

Segundo apurou a reportagem do Catraquinha, o estudo em questão teria sido realizado fora dos procedimentos internos para validação de pesquisa, utilizando dados anonimizados.

Confira a nota enviada pelo Facebook sobre o acontecimento:

“A análise feita por um pesquisador australiano foi feita para que os anunciantes entendessem como as pessoas se expressam sobre si mesmas no Facebook, não para uso como público alvo de anúncios. Além disso, a pesquisa foi feita a partir de dados anônimos e agregados. O Facebook possui um processo estabelecido para revisão de pesquisas feitas e esse estudo não seguiu esse procedimento, por isso, estamos revisando detalhes para corrigir o ocorrido.” – Porta-voz do Facebook.


Como fazer para combater a violência contra a criança na internet?

O Alana, por meio de seu programa Prioridade Absoluta, preparou um guia descritivo com as violações mais comuns. Além disso, indica como agir em cada situação.


*Com informações de Criança e Consumo

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