Filtro de Bob Marley do Snapchat é criticado na internet

O aplicativo foi chamado de 'racialmente insensível'

Tem filtro que imita orelhas de cachorros, outro para homenagear o cantor Prince e um que parece que o internauta está “vomitando” arco-íris. E tem muitas outras opções de recursos para tornar o Snapchat cada vez mais popular entre jovens e adultos. Mas nem sempre as novidades geram consenso. Uma nova funcionalidade que permite que usuários se pareçam com cantor de reggae Bob Marley gerou debate no Twitter nesta quarta-feira, com muitas pessoas considerando a função racialmente insensível.

O filtro, que permite aos usuários se fotografem com dreads e uma “blackface” – imitação pejorativa de feições de pessoas negras – foi lançado em 20 de abril, um dia da contracultura que celebra a cannabis. A rede social defendeu que a lente foi criada em conjunto com o espólio de Bob Marley.

A rede social lançou o filtro para homenagear o “Dia Internacional da Maconha”

Mas essa não foi a única polêmica a envolver a nova opção do Snapchat. Há quem reclame que a brincadeira faz apologia à maconha, enquanto outros reivindicam que o filtro reduz o cantor a um estereótipo relacionado ao uso da droga.

Blackface 

O blackface surgiu por volta de 1830, quando homens brancos se pintavam de preto – de forma caricata – e se apresentavam para a aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra.

Anos depois, a prática ganhou popularidade nos cinemas e televisão, como ferramenta de entretenimento cultural. Contudo, como escreveu Djamila Ribeiro, do blog Escritório Feminista, o blackface “serve tanto como estereótipo racista quanto como forma de exclusão, porque se no primeiro caso ridiculariza, no segundo nega papéis a artistas negros”.