Fotógrafo deficiente lança vaquinha para registrar Paralimpíada

Em 2006, Rui Martins teve um AVC que o deixou com sequelas motoras e dificuldades para se comunicar

Por: Heloisa Aun

Há alguns anos, o fotógrafo Rui Martins registra os atletas que, assim como ele, são deficientes. Ao longo da carreira, ele já captou imagens da Paralimpíada de Londres (Inglaterra), em 2012, e do Parapan de Toronto (Canadá), em 2015.

Para continuar esse trabalho nos Jogos do Rio de Janeiro, o fotógrafo lançou uma vaquinha virtual com o objetivo de receber doações e poder mostrar os momentos emocionantes das provas, conquistas e olhares de cada atleta durante o evento. “Sonho retratar esse momento tão importante para o esporte, que tantas medalhas e orgulho têm trazido para nosso país”, afirma.

O fotógrafo quer registrar a Paralimpíada do Rio

Rui estudou na Escola Panamericana de Artes nos anos 1990 e trabalhou como produtor. Em 2006, ele teve um AVC e correu sérios riscos de vida. No primeiro ano, chegou a ficar em uma cadeira de rodas e aos poucos voltou a andar. Hoje, ele tem sequelas motoras e afasia, que é a dificuldade para se comunicar.

Ao Catraca Livre, a esposa de Rui, Fatima Viscarra, conta que ele retomou a fotografia após o AVC e começou a registrar voluntariamente os atletas e as pessoas com deficiência. “O Rui encontrou na fotografia um jeito de se comunicar e adaptou a câmera ao seu olhar”, diz ela.

A campanha de financiamento coletivo servirá para arcar os custos de hospedagem e alimentação na Paralimpíada. O dinheiro também será usado para que um amigo de Rui, que também é fotógrafo, o auxilie durante a viagem. No futuro, a ideia é fazer uma exposição e lançar um livro com as fotos que tirou na cobertura desses eventos.

Contribua com a campanha neste link.

Veja algumas imagens do fotógrafo: