Futura ministra de Bolsonaro deu incentivos fiscais à JBS em MS

Tereza Cristina mantinha "parceria pecuária" com empresa dos irmãos Batista, segundo documentos entregues pelos delatores da JBS

18/11/2018 11:05

Segundo informações divulgadas pela Folha de S. Paulo na madrugada deste domingo, 18, a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), concedeu incentivos fiscais ao Grupo JBS. Na época, a deputada mantinha uma “parceria pecuária” com a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Enquanto também ocupava o cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul, Cristina arrendou uma propriedade em Tereno (MS) para os proprietários da empresa – voltada à criação de bois.

O nome de Tereza aparece em documentos entregues pelos delatores da JBS em agosto de 2017, em um acordo de delação premiada fechada entre executivos da empresa com a Procuradoria-Geral da República (PGR) – documento homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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De 2007 a 2014, Tereza foi secretária do agronegócio do então governador André Puccinelli (MDB-MS). Acusado de corrupção, ele foi preso em julho pela Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal.

No desenrolar da investigação que tratou casos de corrupção no Mato Grosso do Sul, a política de incentivos fiscais do governo estadual se tornou o chamariz da delação premiada acordada entre a JBS e a PGR.

A tarefa de negociar propina ao longo de um período de 13 anos – que envolveu os governadores Puccinelli, Zeca do PT  e Reinaldo Azambuja, do PSDB – coube ao então diretor tributário do grupo JBS, Valdir Aparecido Boni. Até 2016, teriam sido pagos R$ 150 milhões em propina.

É Boni quem firma, pela JBS, os documentos que constaram a assinatura de Tereza e foi ele quem entregou as cópias dos papéis no seu acordo de delação. Confira a matéria completa no site da Folha.