Futura ministra de Bolsonaro deu incentivos fiscais à JBS em MS

Tereza Cristina mantinha "parceria pecuária" com empresa dos irmãos Batista, segundo documentos entregues pelos delatores da JBS

Segundo informações divulgadas pela Folha de S. Paulo na madrugada deste domingo, 18, a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), concedeu incentivos fiscais ao Grupo JBS. Na época, a deputada mantinha uma “parceria pecuária” com a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Enquanto também ocupava o cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul, Cristina arrendou uma propriedade em Tereno (MS) para os proprietários da empresa – voltada à criação de bois.

O nome de Tereza aparece em documentos entregues pelos delatores da JBS em agosto de 2017, em um acordo de delação premiada fechada entre executivos da empresa com a Procuradoria-Geral da República (PGR) – documento homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Com 64 anos, futura ministra de Bolsonaro é presidente da Frente Parlamentar

De 2007 a 2014, Tereza foi secretária do agronegócio do então governador André Puccinelli (MDB-MS). Acusado de corrupção, ele foi preso em julho pela Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal.

No desenrolar da investigação que tratou casos de corrupção no Mato Grosso do Sul, a política de incentivos fiscais do governo estadual se tornou o chamariz da delação premiada acordada entre a JBS e a PGR.

A tarefa de negociar propina ao longo de um período de 13 anos – que envolveu os governadores Puccinelli, Zeca do PT  e Reinaldo Azambuja, do PSDB – coube ao então diretor tributário do grupo JBS, Valdir Aparecido Boni. Até 2016, teriam sido pagos R$ 150 milhões em propina.

É Boni quem firma, pela JBS, os documentos que constaram a assinatura de Tereza e foi ele quem entregou as cópias dos papéis no seu acordo de delação. Confira a matéria completa no site da Folha.