Geraldo Alckmin: “A política de segurança de SP é um exemplo”

"Nós temos os melhores policiais do Brasil, a melhor polícia do Brasil, a melhor tecnologia", frisou Geraldo Alckmin durante entrevista ao Jornal Nacional

Geraldo Alckmin: “Nem tudo que é legal é ético. E política é uma atividade essencialmente ética. Quem não tem compromisso com a ética tem que estar fora da política”.
Créditos: Reprodução/TV Globo
Geraldo Alckmin: “Nem tudo que é legal é ético. E política é uma atividade essencialmente ética. Quem não tem compromisso com a ética tem que estar fora da política”.

O candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) participou na noite desta quarta-feira, 29, da série de entrevistas com os presidenciáveis realizada pelo Jornal Nacional.

Durante 27 minutos de conversa, o ex-governador foi sabatinado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos sobre os rumos do país, alianças políticas, corrupção e os planos de governo para os próximos quatro anos.

Alianças políticas duvidosas

Questionado sobre a aproximação do partido com siglas do chamado “Centrão” – dos quais 41 representantes são investigados pela Lava Jato – Alckmin procurou se esquivar do apontamento, alegando que todos os partidos tem bons quadros. E ressaltou que não há mudanças sem o apoio da maioria. “Precisamos ter maioria para fazer as mudanças que o Brasil precisa. Quem prometer mudanças sem construir maioria é conversa fiada. Ou nós continuamos nesse marasmo ou fazemos reformas. Quem é investigado, vai responder por isso. O que quem está nos assistindo quer? Quer investigação, transparência, puna quem deve ser punido e absolva quem deve ser inocentado. Se não mudar o sistema político, não vai melhorar. O sistema político faliu. Por isso a primeira reforma que farei, será a política”.

Aécio Neves e Eduardo Azeredo

Ainda sobre o tema corrupção, Bonner chamou atenção para as denúncias contra dois correlegionários: Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais condenado a 20 anos de prisão, e Aécio Neves, acusado de corrupção e obstrução de Justiça. Alckmin, hoje presidente do PSDB, foi indagado sobre a permanência de ambos no partido. “Primeiro, o Aécio não foi condenado. Ele está sendo investigado e vai responder para a Justiça. Não passamos a mão na cabeça de ninguém. O Azeredo já está afastado da política há muito tempo e vai sair do PSDB, não precisa nem expulsar. Nós não vamos à porta de penitenciária pra contestar Justiça. Não transformamos réu em vítima. Não desmoralizamos as instituições. O Aécio Neves era o presidente do partido, ele foi afastado. Nunca me passou pela cabeça ser presidente. Fizemos o que precisava ser feito”.

“Fui deputado estadual, duas vezes federal. Poderia estar aposentado, recebendo como deputado desde os 50 anos de idade. Não recebo um centavo. A lei permite. Nem tudo que é legal é ético. E política é uma atividade essencialmente ética. Quem não tem compromisso com a ética tem que estar fora da política”. 

Segurança pública 

Um dos temas de destaque da noite se referiu à questão da segurança pública. Vasconcellos comentou sobre a ascensão da maior facção criminosa do Brasil, nascida em São Paulo, e que hoje atua em todo o país e na América Latina. Perguntado sobre o erro cometido no Estado, Alckmin rebateu a colocação: “A política de segurança de São Paulo é um exemplo. Nós temos os melhores policiais do Brasil, a melhor polícia do Brasil, a melhor tecnologia. Tínhamos em 2001 13 mil assassinatos por ano. Reduzimos, no ano passado, para 3.503 para 45, 5 milhões de habitantes”. E prometeu mudar as leis de execuções penais: “Vou acabar com saidinha toda hora, endurecer pena, tecnologia, polícia de fronteira. O problema do Brasil é tráfico de droga e tráfico de arma. Os Estados estão enxugando gelo”.

Mobilidade urbana

Quase ao fim da entrevista, Bonner lembrou duas obras do metrô não entregues pelo candidato: a linha ouro, prevista para 2014 e o Rodoanel, obra iniciada em 1998 e ainda não concluída. Questionado como convenceria o eleitor a acreditar em suas propostas, o tucano foi enfático: “Eu peguei o governo com 60 estações de metrô, vai terminar o ano com 89. Em oito anos, em plena crise, sem um centavo de ninguém. Nem prefeitura, nem governo federal. Sozinho fizemos quase 50%”. E citou a inauguração de quatro novas estações na linha 5: Estação Hospital Servidor, Hospital São Paulo, Chácara Klabin e Santa Cruz.

  •  O Brasil que eu quero: 

“O Brasil que eu quero é um país de oportunidades. Oportunidade pra todos. O Brasil tem pressa e precisa mudar. E pra mudar precisa de reformas. Nós vamos fazer rápido as reformas que o Brasil precisa. Pra ter emprego. Seu filho, seu neto, pra você, trabalhador e trabalhadora, ter oportunidade. Voltar a ser um país de oportunidade para todos e não deixar ninguém pra trás”.

Assista à entrevista na íntegra neste link.

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