Geraldo Alckmin impõe sigilo de 25 anos a projetos de transportes

Materiais que explicam o andamento das obras na capital paulista só ficarão disponíveis para consulta pública em 2040

Aos menos 157 documentos que envolvem obras do transporte metropolitano de São Paulo foram considerados “ultrasigilosos” pelo governador Geraldo Alckmin. Com a decisão, detalhes sobre andamento de assuntos ligados ao metrô, CPTM  e ônibus intermunicipais só serão reabertos à consulta pública daqui a 25 anos.

A censura praticada pelo governo paulista, porém, vai contra a Lei de Acesso à Informação, que desde 2012 permite o acesso de qualquer cidadão brasileiro a documentos e gastos públicos. A restrição foi articulada ainda em 2014, em meio à investigação sobre um cartel de fornecedores e construtoras envolvidas nas obras do metrô e CPTM.

Todos os dias, cerca de quatro milhões de usuários utilizam a malha metroviária da capital paulista
Créditos: AE
Todos os dias, cerca de quatro milhões de usuários utilizam a malha metroviária da capital paulista

Atrasos e irregularidades

Entre os diferentes projetos vinculados à gestão de Geraldo Alckmin, inúmeros projetos apresentam atraso – a exemplo das obras nas linhas do metrô. Apesar da promessa de expansão da malha metroviária da capital paulista de 100 km até o fim do ano passado, apenas 78 km estão construídos hoje.

Na Zona Leste paulistana, as obras da linha 15-prata, cujo prazo de entrega estava previsto para 2012, foram adiadas para este ano. Entretanto, apenas duas estações estão em circulação nos dias atuais. Detalhes sobre a construção do monotrilho, que foram canceladas por Geraldo Alckmin recentemente,  também fazem parte da série de documentos censurados.

Mal-intencionados

Em resposta ao jornal Folha de S. Paulo, o Palácio dos Bandeirantes afirmou que a medida busca impedir o acesso de pessoas “mal-intencionadas” ou “inabilitadas”.