‘Já levei facada, não é uma gripezinha que vai me derrubar’, diz Bolsonaro

Presidente voltou a desdenhar do coronavírus ao encerrar entrevista coletiva em que o ministro da Saúde explicou o colapso que viveremos nos próximos dias

‘Já levei facada, não é uma gripezinha que vai me derrubar’, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta sexta-feira, 20, durante coletiva de imprensa, em Brasília, ao lado de líderes do governo, inclusive o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio a crise provocada com a disseminação do novo coronavírus, no Brasil.

‘Já levei facada, não é uma gripezinha que vai me derrubar’, diz Bolsonaro
Créditos: Agência Brasil
‘Já levei facada, não é uma gripezinha que vai me derrubar’, diz Bolsonaro

Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre o motivo de não mostrar seu exame para diagnóstico do novo coronavírus. O presidente disse que essa era uma escolha dele e ao final deu a declaração polêmica.

Os dados divulgados hoje, pelo Ministério da Saúde, contradizem a declaração de Bolsonaro e mostram que a Covid-19, passa longe de ser uma ‘gripezinha’. Subiu para 11 o número de mortes no Brasil provocada pelo novo coronavírus. Os casos de pessoas diagnosticadas com a Covid-19 no país já são 904. Até ontem, o país registrava 621 casos confirmados e seis mortes por Covid-19.



Durante a coletiva, Mandetta falou sobre o colapso na saúde. “As pessoas confundem colapso com sistemas caóticos. O colapso é quando você pode ter o dinheiro, ter o plano de saúde e a ordem judicial, mas simplesmente não há o sistema para se tratar. É o que está acontecendo na Itália”, explicou Mandetta em videoconferência a empresários brasileiros.

Mandetta, com base na evolução do coronavírus no mundo ocidental, fez uma análise em que as infecções vão aumentar com força e rapidamente nos meses de abril, maio e junho.

“Devemos entrar em abril no início da subida rápida, que vai durar até o mês de junho, quando ela vai começar a ter uma desaceleração de subida. No mês de julho, deve começar o platô. Em agosto, esses platô vai começar a mostrar tendência de queda e, em setembro, essa queda é mais profunda, como foi a de março na China”, previu Mandetta.

“Mais difícil do que fechar uma cidade, um supermercado e um shopping é saber o momento de reabrir. É preciso de uma série de informações para reabrir os locais com segurança”, observou.