Justiça autoriza investigação contra deputado por assédio sexual em SP

Fernando Cury (Cidadania) foi flagrado apalpando o seio da colega Isa Penna (PSOL) no plenário da Alesp

A Justiça de São Paulo autorizou a abertura de investigação contra o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) por importunação sexual. Ele foi flagrado apalpando o seio da colega Isa Penna (PSOL) no plenário da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) no final do ano passado.

A decisão do desembargador João Carlos Saletti ocorreu na última sexta-feira, 15, mas só foi publicada ontem.

Vídeo: Deputado Fernando Cury passa a mão no seio de deputada na Alesp
Créditos: Reprodução
Vídeo: Deputado Fernando Cury passa a mão no seio de deputada na Alesp

Na decisão, o desembargador João Carlos Saletti autorizou que o Ministério Público ouça onze parlamentares que teriam presenciado a cena, que foi registrada pelas câmaras de segurança da Alesp.

Entre os deputados que serão ouvidos estão o próprio presidente da casa, Cauê Macris (PSDB), Carlos Eduardo Pignatari (PSDB), Erika Malanguinho (PSOL), Professora Bebel (PT), Alex de Madureira (PSD), Roberto Morais (Cidadania), Carlos Gianazzi (PSOL), Ricardo Mellão (Novo), Barba (PT), Gilmaci dos Santos (Republicanos) e André do Prado (PL).

Em depoimento ao MP, Isa Penna afirmou que foi surpreendida pela aproximação de Cury enquanto conversava com Cauê Macris.

“Reiterando ter sido sexualmente importunada pelo deputado Fernando Cury, que lhe surpreendeu ‘com uma apalpada na lateral de seu seio direito, um abraço por trás (que vulgarmente chamamos de encoxada)’, sendo que, ainda, na ocasião ‘pôde identificar um cheiro forte de bebida alcoólica vindo do hálito e das roupas de seu agressor’”, diz o pedido feito pelo MP para a abertura da investigação.

O desembargador João Carlos Saletti determinou também que todas as filmagens das câmeras da Alesp sejam anexadas ao inquérito.

Em nota, o deputado Fernando Cury disse que ainda não teve acesso à íntegra da decisão sobre a investigação, mas negou ter agido de forma inapropriada.

“Através de prova pericial das imagens captadas pelas câmeras da Assembleia Legislativa, a defesa demonstrará, inclusive, que não houve apalpação de seio, mas, exclusivamente, um abraço sem malícia, sem conotação sexual e sem discriminação de gênero”, diz o deputado.