Justiça proíbe Marcelo Crivella de favorecer grupos religiosos

Na denúncia, promotora de Justiça ressaltou que "há uma afronta nítida à laicidade do Estado e à liberdade religiosa"

Após livrar-se de dois pedidos de impeachment, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, se tornou alvo de denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, que o proibiu de utilizar a máquina pública na defesa de interesses pessoais ou grupos religiosos e, sobretudo, parar de favorecer a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Fim das regalias 

A decisão do juiz Rafael Cavalcanti Cruz, da 7ª Vara da Fazenda Pública do Rio, suspendeu também o censo religioso nos órgãos da Administração Pública. A denúncia foi realizada após reportagem do Globo revelar uma reunião secreta entre prefeito e 250 pastores no Palácio da Cidade. Na ocasião, Crivella ofereceu vantagens como cirurgias de cataratas e isenção do IPTU.

 Decisão contra prefeito do Rio de Janeiro foi anunciada na tarde desta segunda-feira, 16
Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
 Decisão contra prefeito do Rio de Janeiro foi anunciada na tarde desta segunda-feira, 16

Com a decisão, o prefeito está proibido de utilizar a máquina pública para finalidades de interesse pessoal ou de grupos religiosos. Além disso, a liminar também determina que Crivella não conceda privilégios para a utilização de serviços e espaços públicos por pessoas ligadas à IURD. A decisão cabe também a servidores municipais de privilegiarem quaisquer categorias ao acesso a serviços públicos.

Afronta à laicidade 

Na denúncia do MPRJ contra Crivella, a promotora de Justiça que conduz o inquérito, Gláucia Santanta, da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania, ressaltou que “há uma afronta nítida à laicidade do Estado e à liberdade religiosa”. Além da reunião secreta, as investigações abarcam uma série de fatos ocorridos desde o início da gestão Crivella na Prefeitura do Rio, em 2017. Confira a matéria completa no site do jornal Extra.