Deixem as crianças sentirem: texto de ator sobre birra viraliza

Como agir diante de uma crise de birra das crianças? Essa talvez seja a pergunta que mais assombra quem tem filhos pequenos. Fala-se muito sobre disciplina positiva, educação afetiva e sobre nutrir um olhar empático para a angústia dos pequenos, mas como aplicar verdadeiramente esses conceitos na hora em que o bicho pega e a criança está chorando desesperadamente?

O ator norte-americano Justin Baldoni viralizou nas redes sociais nos últimos dias por conta de um texto sobre o assunto que publicou em seu Instagram.

View this post on Instagram

I tried to stay off social media yesterday to connect with my family without distraction so I'm posting this today. Emily took this in Whole Foods. It's now one of my favorite photos ever of me and my dad. Two men, standing together in silence, forever bonded by an unconditional love for both each other and this brand new, raw and pure soul who we would both go to the ends of the earth for. I can only imagine how many times I did this when I was her age. My dad taught me so much about what it means to be a man, but this post is about one thing and one thing only. Being comfortable in the uncomfortable. Something I grew up watching him do with me over and over again. There are no perfect parents, but one thing my dad taught me is to not parent based on what anyone else thinks. My dad always let me feel what I needed to feel, even if it was in public and embarrassing. I don't remember him ever saying "You're embarrassing me!" or "Dont cry!" It wasn't until recently that I realized how paramount that was for my own emotional development. Our children are learning and processing so much information and they don't know what to do with all of these new feelings that come up. I try to remember to make sure my daughter knows it's OK that she feels deeply. It's not embarrassing to me when she throw tantrums in the grocery store, or screams on a plane. I'm her dad…not yours. Let's not be embarrassed for our children. It doesn't reflect on you. In fact.. we should probably be a little more kind and patient with ourselves too. If we got out everything we were feeling and allowed ourselves to throw tantrums and cry when we felt the need to then maybe we'd could also let ourselves feel more joy and happiness. And that is something this world could definitely use a little more of. #fathersday #redifinemasculinity #daddy #dearmaiya

A post shared by Justin Baldoni (@justinbaldoni) on

No post, ele conta que estava com a filha e o pai, avô da menina, em um supermercado, quando a pequena Maya, de dois anos, começou a espernear e se jogou no chão.

Na foto que acompanha o texto, é possível ver os dois em silêncio, apenas observando o acesso de birra da menina. O que pode à primeira vista parecer uma cena de negligência, é na verdade uma tentativa de colocar em prática a tal educação para a empatia, em que o tempo da criança é considerado em primeiro lugar.

Em seu texto, Justin conta que aprendeu com o pai sobre o que é “estar confortável no desconfortável”, e defende a importância de os pais abrirem espaço para as crianças sentirem o que precisarem sentir naquele momento, sem interferir com atitudes repressivas.

“Não há pais perfeitos, mas uma coisa que meu pai me ensinou foi não criar meus filhos com base no que os outros pensam. Meu pai sempre me deixou sentir o que eu precisava sentir, mesmo que fosse público e embaraçoso. Eu não me lembro de ele nunca dizer “Você está me envergonhando!” Ou “Não chore!”, conta o ator.

O que era só um desabafo acabou se tornando uma defesa pública do tempo das crianças. O post pontua algo que é fácil esquecer quando a paciência já foi embora: o comportamento tanto dos adultos quanto das crianças é fruto de uma construção social, ou seja, dos estímulos que recebemos, principalmente da sociedade.

“Nossos filhos estão aprendendo e processando tanta informação que eles não sabem o que fazer com todos esses novos sentimentos que surgem. Tento me lembrar de assegurar a ela a certeza de que é permitido sentir as coisas profundamente”, escreveu.

“Não vamos nos envergonhar dos nossos filhos”, defende Justin. “Sejamos mais gentis e pacientes com a gente mesmo também. (…) Isso é algo de que o mundo está definitivamente precisando”, sugere.

Clique aqui para ler o relato na íntegra:

Leia mais: