Manifestantes fazem ato por Mari Ferrer na Avenida Paulista

Advogado humilhou a jovem em outras ocasiões além das já divulgadas

Na tarde deste domingo, 8, manifestantes se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) para pedir por justiça no caso Mari Ferrer. O ato, formado predominantemente por mulheres, seguiu pela avenida Paulista e pela rua Consolação.

Ações semelhantes foram vistas em Brasília, no Rio de Janeiro, em Recife e Belém, entre outras cidades.

Caso Mari Ferrer

Na última terça-feira, 3, foi divulgado um vídeo de uma das audiências do julgamento do caso de Mari Ferrer. Ela afirma ter sido vítima de estupro enquanto trabalhava em uma casa de eventos em Florianópolis (SC). Depois de dois anos de investigações e processo, o caso foi encerrado com a absolvição do acusado.

A repercussão do caso de violência sexual e de seu julgamento, motivou um grupo de deputadas a propor a criação da Lei Mariana Ferrer, que prevê punição para o que chamam de “violência institucional” sofrida por vítimas de estupro.

Mari Ferrer denunciou André Aranha por estupro, em 2018
Créditos: Reprodução/Instagram
Mari Ferrer denunciou André Aranha por estupro, em 2018

Ao menos dois projetos foram apresentados esta semana na Câmara. Um deles determina que nos julgamentos sobre crimes contra a dignidade sexual, o juiz deverá garantir a integridade da vítima, sob pena ser responsabilizado. A autora da proposta é a deputada Lídice da Mata (PSB-BA).

Nas imagens da sessão, divulgadas pelo site The Intercept Brasil, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho diz a ela: “Jamais teria uma filha do teu nível e também peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher que nem você”.

A íntegra do vídeo mostra que o defensor humilhou a jovem em outras ocasiões além das já divulgadas. Cláudio Gastão a chama de “mentirosa” e diz que vai prosseguir sua fala “antes que comece a choradeira”. O juiz Rudson Marcos o repreende em poucos momentos.