Ministro da Saúde diz que é contra o uso obrigatório de máscaras

A declaração de Marcelo Queiroga acontece mesmo com o avanço da variante delta no país

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira, 18, ser contra o uso obrigatório de máscaras, item utilizado para diminuir os riscos de contágio por covid-19. A declaração foi dada em entrevista ao Terça Livre, canal no Youtube investigado por disseminar fake news.

Ministro da Saúde diz que é contra o uso obrigatório de máscaras
Créditos: Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom
Ministro da Saúde diz que é contra o uso obrigatório de máscaras

Queiroga acredita que o uso de máscara tem que ser um “ato de conscientização” em vez de uma determinação do estado. “Somos contra essa obrigatoriedade [do uso de máscaras]. O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização”, afirmou Queiroga.

Atualmente, diversos estados e municípios obrigam o uso de máscaras em locais públicos, inclusive, sob pena de multa. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já foi multado pelo governo de São Paulo e do Maranhão por desrespeitar a determinação, além de promover aglomeração em viagens aos estados.

As falas do Ministro da Saúde aconteceram mesmo com o avanço da variante delta no país. O Brasil chegou na terça-feira, 17, a 1.051 casos confirmados da variante delta, segundo, inclusive, dados reunidos pelo Ministério da Saúde. Identificada originalmente na Índia, a cepa é mais transmissível e tem colocado especialistas em alerta.

Na última semana, houve alta de 84% em relação aos 570 diagnósticos positivos para a cepa divulgados em balanço de terça-feira passada, 10. Foram 41 vítimas, número 13% maior do que os 36 óbitos registrados até uma semana atrás.

Queiroga também disse que é contra a restrição de pessoas com exigência de apresentação de um atestado de vacinação. Para ele, isso fere a liberdade individual.

“Vejo uma lei para criar passaporte sanitário. Acabou a pandemia, o que vai fazer com esse passaporte? Nada. É diferente de um certificado de que você tomou a vacina. Existem países que exigem, como para vacina da febre amarela, mas não como forma de restringir liberdades individuais”, declarou Queiroga.

O Terça Livre é investigado sob suspeita de produzir fake news e o dono do na canal, o blogueiro Allan dos Santos foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ameaça e incitação de crime contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O blogueiro também é investigado no inquérito das fake news no Supremo por ter afirmado, no vídeo nomeado como “Barroso é um miliciano digital” publicado no canal em 24 de novembro de 2020, que poderia fazer mal ao presidente do STF caso o encontrasse fora da internet.