Ministro do Turismo acusado de integrar caso de “laranjas” do PSL

 Marcelo Álvaro Antônio, sabia do esquema de desvio de dinheiro por meio de candidaturas falsas.

Ministro do Turismo, Marcelo  Álvaro Antônio, era  presidente estadual do PSL de Minas e, segundo denúncia, sabia do esquema criado para lavar dinheiro público por meio de candidaturas de laranjas
Créditos: Reprodução: Redes sociais
Ministro do Turismo, Marcelo  Álvaro Antônio, era  presidente estadual do PSL de Minas e, segundo denúncia, sabia do esquema criado para lavar dinheiro público por meio de candidaturas de laranjas

A professora aposentada Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual em Minas Gerais pelo PSL em 2018, afirma ter havido esquema de lavagem de dinheiro público durante a campanha em seu estado. Na época, o ministro recém-exonerado Gustavo Bebianno era presidente nacional do partido – que elegeu o presidente Jair Bolsonaro – e o atual ministro do Turismo, Marcelo  Álvaro Antônio era o presidente estadual da sigla.  Segundo Barbosa, Marcelo sabia da operação.

“Era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles”, afirmou Cleuzenir em entrevista à Folha de São Paulo.

Ela também apresentou as acusações à polícia e ao Ministério Público, que investiga o caso. Além disso, se mudou para o exterior com medo de retaliações: “Esse povo é perigoso, hoje eu sei, eles são uma quadrilha de bandidos”, disse à Folha.

Segundo a ex-candidata, ela sofreu pressão de assessores de Marcelo Álvaro Antônio para devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil que recebeu do fundo eleitoral do PSL.

A Folha vem publicando reportagens com denúncias da destinação de dinheiro público recebido pelo PSL para candidaturas de laranjas. O esquema envolveu mulheres que tiveram votação inexpressiva em 2018 e que, segundo investigações apontam, sequer realizaram uma campanha efetiva.

O PSL de Minas Gerais teve quatro candidatas, segundo a reportagem, elas serviram apenas para cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas e o dinheiro público destinado a elas foi devolvido a assessores, parentes e outras pessoas ligadas ao atual ministro do Turismo.

As verbas para as campanhas de Minas foram liberadas formalmente por Gustavo Bebianno que, após as denúncias do esquema e crise com seu partido e Jair Bolsonaro, foi exonerado nesta segunda-feira, 18. Já o ministro Marcelo Álvaro Antônio, à época era responsável por montar as chapas no estado.

Leia a entrevista completa com a denúncia de Cleuzenir Barbosa na Folha.