Moradores de SP lutam para preservar o verde em seus bairros
Que a cidade de São Paulo cresce desordenadamente não é novidade para ninguém. Mas em meio ao ritmo frenético da especulação imobiliária e à atitude predatória de algumas grandes construtoras, moradores de diferentes bairros vem se organizando para lutar pela preservação das poucas áreas verdes que restam no município.
Baixo Augusta
Um exemplo disso é uma área de cerca de 24 mil metros quadrados com cerca de 600 árvores, na esquina da rua Augusta com a Caio Prado, que corre o risco de desaparecer.
Há cerca de 30 anos, o espaço abrigava o prédio do tradicional colégio para meninas Des Oiseaux. Ali, entre outras figuras ilustres, estudou Patrícia Galvão, a Pagu, uma mulher à frente de seu tempo, cujo centenário de nascimento é comemorado em 2010.
Itaim Bibi
Mas a batalha pela preservação das áreas verdes na cidade de São Paulo não é exclusividade dos moradores do baixo Augusta. No Itaim Bibi, na zona sul, a prefeitura está prestes a vender um terreno de 20 mil metros quadrados para construtoras, em troca da construção de creches em diversos lugares da cidade.
O quarteirão entre as ruas Lopes Neto , Cojubá, Salvador Cardoso e a Avenida Horácio Lopes é uma das poucas áreas verdes restantes no bairro.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o Helcias Bernardo de Pádua, presidente da Associação Grupo Memórias do Itaim, revelou uma pesquisa feita por pesquisadores da USP. O estudo analisou as árvores da região e constatou que ali está a maior diversidades vegetal do bairro.
Por Clara Caldeira
Jornalista, escritora e pesquisadora, especialista em gênero e meio ambiente. Apaixonada por literatura e pelas artes oraculares, está sempre em busca de formas de conectar seus estudos e suas paixões.