Moro se esquiva ao falar sobre ex-assessor de Flavio Bolsonaro

"Não cabe a mim dar explicações sobre isso"

Sérgio Moro diz que não cabe a si dar explicações sobre o caso do ex-assessor do filho de Bolsonaro
Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
Sérgio Moro diz que não cabe a si dar explicações sobre o caso do ex-assessor do filho de Bolsonaro

Nesta segunda-feira, 10, o futuro Ministro da Justiça Sérgio Moro deu uma declaração polêmica sobre o caso de Fabrício José de Carlos Queiroz. ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que fez movimentações financeiras consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Moro é hoje coordenador do Grupo Técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção do Gabinete de Transição Governamental e declarou que não cabe a ele dar explicações sobre o caso.

“Fui nomeado para ser ministro da Justiça, não cabe a mim dar explicações sobre isso. O que existia no passado do ministro da Justiça opinando sobre esses casos concretos é inapropriado”, disse Moro. “O ministro da Justiça não é uma pessoa que deve ficar interferindo em casos concretos, e eu, na verdade, nem sou ainda ministro da Justiça. Então tiveram pessoas cobrando uma posição, mas, assim, as pessoas [citadas] que têm que prestar os esclarecimentos”, complementou.

Flavio Bolsonaro é filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com Moro, o futuro presidente do Brasil já esclareceu sua versão dos fatos.

“Os fatos têm que ser esclarecidos, o presidente já apresentou os esclarecimentos, têm outras pessoas que precisam prestar os seus esclarecimentos, e os fatos, se não forem esclarecidos, têm que ser apurados. Eu não tenho como eu ficar assumindo esse papel”, afirmou o futuro ministro.

No sábado, 8, Flavio ainda fez um post no Twitter em que afirma estar com a consciência tranquila.

Entenda o caso

As transferências para a conta em nome de Queiroz são suspeitas, segundo o Coaf, pois -além de não terem ligação com atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica – a movimentação é “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”.