Mourão lamenta morte de negro no Carrefour, mas diz que ‘não existe racismo’ no Brasil
“Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil, não existe aqui”, disse o vice-presidente
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, causou indignação nas redes sociais nesta sexta-feira, 20, ao afirmar “que não existe racismo” no Brasil. A fala controversa ocorre em pleno Dia da Consciência Negra e em que o Brasil se revolta com a morte de um homem negro espancado por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS).
A declaração de Mourão foi dada ao comentar o caso de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos. Para o vice-presidente, apesar de ser “lamentável”, a morte não pode ser considerada como um caso de racismo, e sim um caso de “segurança totalmente despreparada”.
“Lamentável, né? Lamentável isso aí. Isso é lamentável. A princípio, é segurança totalmente despreparada para a atividade que ele tem que fazer […] Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui”, afirmou Mourão a jornalistas em Brasília.
vai tomar no meio do seu cu mourão pic.twitter.com/OEOnYgVK59
— instagram: @brunopredolin (@pagalanxe) November 20, 2020
Questionando sobre a afirmação, Mourão respondeu: “Não, eu digo para você com toda a tranquilidade: não tem racismo aqui”.
Nas redes sociais internautas criticaram e classificaram a fala do vice-presidente de absurdo. Confira reações mais abaixo.
A morte de João Alberto Silveira Freitas vem sendo comparada nas redes sociais ao que aconteceu com George Floyd, que morreu sufocado por policiais nos Estados Unidos.
Os agressores –um deles policial– foram presos, suspeitos de homicídio doloso. A polícia aguarda o laudo pericial e mais imagens de câmera para esclarecer o caso.
Mourão: "No Brasil não existe racismo". E ele sustenta a fala com a maior convicção.
Este é o nível dos caras que governam esse país. Uma gente despreperada que não conhece o básico do básico. #oburacoquenosmeteram— Nilson Xavier (@Teledramaturgia) November 20, 2020
Esse aí é o cínico em estado permanente da negação que lhe convém: "Não estamos queimando a floresta, somos um povo cordial, país do futuro" e blablablá. E ainda diziam q era menos escroto do que o chefe. Sei. https://t.co/ZsnSzDVSMa
— Barbara Gancia (@barbaragancia) November 20, 2020
O mesmo Mourão que resgatou, em pleno 2018, o racismo científico do século XIX e a tese inadmissível do branqueamento da raça:
Mourão: "Gente, deixa eu ir lá que meus filhos estão me esperando. Meu neto é um cara bonito, viu ali. Branqueamento da raça". https://t.co/hS2cr8lKUM
— Agassiz Almeida Filho (@AgassizFilho) November 20, 2020
Mourão, uma máquina de vomitar merda.
— Maufalavigna (@Maufalavigna) November 20, 2020
Ser tratado sempre como suspeito, 'tomar geral' toda vez que sai de casa e não poder se dar ao luxo de estar sem RG e carteira de trabalho, ter de abrir a bolsa na porta da loja, tomar surra até a morte de segurança de supermercado é o quê, então?https://t.co/lIWCFFdZej
— Rita Lisauskas (@RitaLisauskas) November 20, 2020