Mudanças positivas por causa do coronavírus não durarão, acreditam brasileiros

Quase um em cada três entrevistados ainda acha que crise vai acabar com pessoas mais egoístas

Como as pessoas vão se comportar depois que a pandemia do novo coronavírus acabar? As mudanças serão positivas ?

O Instituto QualiBest fez essa pergunta para 1.005 entrevistados por meio plataforma digital QExpress, que permite a realização de pesquisas rápidas de opinião e de mercado e que conta com o painel proprietário de 250 mil pessoas cadastradas.

No Brasil, um quarto dos mortos por coronavírus está fora dos grupos de risco – Fernando Frazão/Agência Brasil

Para metade dos entrevistados (50%), a tendência é que, quando a vida voltar ao normal, as pessoas esqueçam todas as boas mudanças que fizeram neste momento da crise – como atos de solidariedade que têm sido compartilhados em redes sociais, por exemplo – e voltem a velhos hábitos.

Para 26%, o cenário será ainda pior: os outros ficarão ainda mais egoístas do que já eram antes da pandemia de covid-19.

As respostas coletadas foram aquelas em que os entrevistados colocaram, em uma escala de 0 a 10, notas acima de 8 para o que esperam do futuro pós-crise.

Pessimismo à vista ?

“A visão é ruim, sobretudo, porque muitas coisas que faziam parte do cotidiano das pessoas ainda estão mudando. Estamos vendo muitos conflitos políticos por causa da crise e ninguém sabe o que acontecerá com a economia. Tudo isso pode estar se transformando em pessimismo”, analisa Daniela Malouf, diretora geral do QualiBest.

No entanto, há espaço para percepções positivas: 37% dos ouvidos na pesquisa acreditam que a paralisação das atividades por conta da quarentena vai fazer com que o meio ambiente fique mais preservado.

Consumo sustentável

Ainda para 22% dos internautas, a pandemia vai acabar criando um consumo mais sustentável posteriormente. “Como estamos no início da curva da contaminação, o cenário ainda é muito incerto: as pessoas estão temerosas com suas vidas, seus empregos, os impactos econômicos”, continua Daniela.

Os entrevistados são de todas as regiões do Brasil e de várias classes socioeconômicas acima dos 18 anos entre os dias 20 e 21 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.