Mulheres convocam greve geral em vários países no dia 8 de março
Angela Davis e Nancy Fraser estão entre as ativistas que assinam o manifesto da greve geral
Um grupo de ativistas feministas norte-americanas convocou uma greve geral para o “Dia Internacional das Mulheres”, comemorado em 8 de março. O manifesto, publicado no jornal “The Guardian“, luta contra a “violência masculina e pela defesa dos direitos reprodutivos”.
Assinado por nomes como Angela Davis e Nancy Fraser, o texto defende que a marcha contra o presidente norte-americano Donald Trump, realizada no último dia 21, seja apenas o início de uma nova onda militante em defesa da igualdade de gêneros.
A publicação já começa com um título impactante: “Para além do ‘faça acontecer’: por um feminismo dos 99% e uma greve internacional militante em 8 de março”. Depois, as ativistas explicam o intuito da greve internacional, que quer levar esse debate à grande maioria das mulheres.
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“As condições de vida das mulheres, especialmente as das mulheres negras e as trabalhadoras, desempregadas e migrantes, têm-se deteriorado de forma constante nos últimos 30 anos, graças à financeirização e à globalização empresarial”, diz um trecho do manifesto.
“O tipo de feminismo que buscamos já está emergindo internacionalmente, em lutas em todo o mundo: desde a greve das mulheres na Polônia contra a proibição do aborto até as greves e marchas de mulheres na América Latina”, afirma outra parte do texto.
“O que é impressionante nessas mobilizações é que várias delas combinaram lutas contra a violência masculina com oposição à informalização do trabalho e à desigualdade salarial, ao mesmo tempo em que se opõem as políticas de homofobia, transfobia e xenofobia. Juntas, eles anunciam um novo movimento feminista internacional com uma agenda expandida – ao mesmo tempo anti-racista, anti-imperialista, anti-heterossexista e anti-neoliberal”, continua.
De acordo com as feministas, a ideia da greve é mobilizar as mulheres, incluindo as trans, e todos os que as apoiam num dia internacional de luta. “Um dia de greves, marchas e bloqueios de estradas, pontes e praças; abstenção do trabalho doméstico, de cuidados e sexual; boicote e denuncia de políticos e empresas misóginas, greves em instituições educacionais”, finaliza.
Manifesto escrito por Angela Davis, Cinzia Arruzza, Keeanga-Yamahtta Taylor, Linda Martín Alcoff, Nancy Fraser, Tithi Bhattacharya e Rasmea Yousef Odeh.
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