Mulheres invadem lojas da Riachuelo em protesto
O ato foi organizado pelo movimento Marcha Mundial das Mulheres na última terça-feira, 24
Unidades das lojas Riachuelo espalhadas por todo o país foram alvos de protestos contra a precarização do trabalho em ações que celebraram a Marcha Mundial das Mulheres na última terça-feira, 24.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, uma unidade da marca foi invadida por manifestantes que penduraram cartazes nos pescoços dos manequins com os dizeres “Trabalho terceirizado #VidasPrecárias” e “A indústria da moda explora as mulheres”.
Outras ações parecidas foram registradas em Maceió (AL), Recife (PE), Mossoró (RN) e Campinas (SP).
Em Maceió/AL, militantes da MMM realizaram panfletagem em frente à Riachuelo do centro da cidade. #RiachueloGolpista#RanaPlazaÉAqui#24hFeminista pic.twitter.com/sOFB4VjHlZ
— Marcha Mundial das Mulheres (@marchamulheres) April 24, 2018
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento global que acontece anualmente todo dia 24 de abril, com 24 Horas de Solidariedade Feminista. O tema deste ano foi escolhido para lembrar as vítimas de um acidente em um complexo de oficinas têxteis em Bangladesh.
Sobre a Riachuelo ter sido o alvo dos protestos no Brasil, o grupo responsável pelas ações explica que a empresa “tem um vasto histórico de denúncias trabalhistas, é uma empresa que está sendo processada por precarização do trabalho”.
“Por tudo isso, a gente achou que era um alvo interessante de denunciar. Mas a ideia é que seja uma crítica geral à indústria que explora o trabalho das mulheres”, completa.
Em 2017, o Ministério Público do Trabalho ajuizou ação civil pública contra a Guararapes, empresa que controla a Riachuelo, questionando irregularidades e contratos com os terceirizados, e cobrando indenização de R$ 37 milhões do grupo.
Na ocasião, o órgão declarou que “os empregados das facções recebem menor remuneração e têm menos direitos trabalhistas do que os empregados contratados diretamente pela Guararapes, inclusive quanto à saúde e segurança do trabalho”.
Em nota, a Riachuelo disse que repudia “veementemente qualquer tipo de exploração ou precarização do trabalho” e criticou as invasões.
“A Riachuelo é uma empresa com mais de 70 anos de história e que emprega mais de 40 mil pessoas em todo o Brasil – sendo esse o motivo mais valioso da companhia. Repudiamos veementemente todo e qualquer tipo de exploração ou precarização do trabalho e garantimos todos os direitos de nossos colaboradores, cumprindo sempre a legislação em vigor.
Isso é demonstrado pelo fato de a Riachuelo ter sido premiada diversas vezes por importantes veículos de comunicação por seu modelo de gestão de pessoas. Além disso, a Riachuelo atingiu índice de engajamento dos colaboradores de 86%, de acordo com pesquisa encomendada pela Riachuelo e realizada pela AON em 2017.
A Riachuelo reitera ainda que repudia o ato de invasão de sua loja na Avenida Paulista, em São Paulo, ocorrido ontem”, afirma a empresa em comunicado.
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