Música eletrônica, rap e tecnoguitarradas: os sons do Sai da Rede

Os cariocas esgotaram as energias durante os dias 16 e 19 de março, no Festival Sai da Rede, durante a edição no Rio de Janeiro. No palco do CCBB, novas caras deram espaço ao som que vai além do conceito de música popular brasileira: Lucas Estrela, Carne Doce, Júlia Vargas, Tássia Reis, Mahmundi, As Bahias e a Cozinha Mineira, 13.7 e Rubel mostraram que o sinal do wi-fi chega muito mais longe quando o assunto é música.

Os sons que passaram por lá trouxeram as influências da música popular brasileira, batidas eletrônicas, rock, rap e até a mistura das tecnoguitarradas.

Cada artista tem sua personalidade nos palcos e uma delas é o som nada convencional de Júlia Vargas. “Minha vida é uma rede”, não poderia estar em outro lugar. Na verdade, a música da cantora faz referência ao vai e vem da vida. Esse também é o ritmo das redes sociais, cada dia uma novidade. O público vibrou com o ritmo elétrico da cantora.

A cantora foi apadrinhada por Milton Nascimento.

Apesar do samba na ponta do pé, não dá pra negar que o Rio de Janeiro também respira novos tipos de som o tempo todo e foi assim que as tecnoguitarradas de Lucas Estrela invadiram a terra do mate e biscoito polvilho. Com referências de praias populares do Pará, além da vibe urbana que cerca a cidade de Belém, “Sal ou Moscou” fez a galera curtir as batidas eletrônicas produzidas pelo próprio cantor, que se apresentou no dia 17.

Percorrendo histórias do cotidiano de Belém, o álbum é uma afirmação do novo estilo de tecnoguitarradas, criado por Pio Lobato, um dos parceiros de trabalho de Lucas.

Apesar do som “importado”, os cariocas receberam uma conterrânea em casa. No dia 18, quem subiu ao palco foi Mahmundi, uma cantora que sempre esteve ligada ao ritmo da cidade maravilhosa. Inclusive, as referências para Marcela Vale, que antes era técnica de som do Circo Voador são junções de toda identidade musical construída na capital, com timbres da década de 80. Dizem por aí que ela lembra outra carioca, Marina Lima, além de referências internacionais, como Toro Y Moi, Neon Indian e Ariel Pink.  Deu para sentir o “Calor do amor” da cantora pela cidade, como ela intitula uma de suas músicas.

Em 2014, após tocar no exterior pela primeira vez – no México, no festival Bahidora -, Mahmundi foi premiada novamente no mesmo Prêmio Multishow de Música Brasileira, desta vez na categoria Nova Canção, por “Sentimento”.

Não deu pra ficar parado durante os dias que o bonde do Sai da Rede passou pelas praias do Rio. Foram experiências únicas, que reuniram fãs e pessoas dispostas a conhecerem novos sons, tanto é que os ingressos esgotaram em pouco tempo.

Há quatro anos, tempo que o Festival Sai da Rede existe, o Banco do Brasil junto com os curadores Amanda Menezes e Pedro Seller, apostam em trazer cada vez mais experiências para seus clientes, além do público em geral. A proposta é ser mais do que digital e trocar likes por aplausos fortalecendo o cenário de novas bandas, artistas e projetos musicais que bombam na web e merecem também atenção nos palcos.

Belo Horizonte, São Paulo e Brasília também fazem parte da programação. Saiba mais em http://culturabancodobrasil.com.br/portal/.