Música em família

Por: Catraca Livre
divulgação
Tulipa Ruiz

Filha do músico Luiz Chagas, que tocava guitarra na banda Isca de Polícia, de Itamar Assumpção, Tulipa Ruiz viveu desde pequena cercada pela música. Segundo a moça com nome de flor, as conversas familiares sempre prestigiavam esse universo. Enquanto o irmão, Gustavo Ruiz, aprendia violão, ela cantava com a mãe em um coral e juntos ouviam os discos do pai.

Hoje, pai e irmão fazem parte da banda que a acompanha nos shows, momento que tem curtido demais, já que cada um respeita a musicalidade do outro. Conheça um pouco mais da artista em entrevista concedida ao Catraca Livre:

Quando começou a fazer música? Fez alguma especialização, cursos, algo assim?

Na adolescência fiz coral e um pouco de canto lírico. Sempre rolava som em casa, nas festas, com os amigos. O fazer música começou aí.

Como você enxerga o seu trabalho dentro da cena da música brasileira atual?

Acho que ele é fruto de uma série de influências e reflete o atual acesso que as pessoas têm tido à música. Eu não gravei disco ainda e tem um bando de gente ouvindo meu som.

Sobre as composições, como é o seu processo de criação? Elas refletem muito de você?

Meu processo de composição está sempre em processo. Às vezes vem a letra primeiro, ou então a harmonia. Ou uma melodia sem letra. Cada hora a composição sai de um jeito. Não tenho um método específico, mas gosto de exercitar a composição de diferentes formas. E sobre elas refletirem a minha pessoa, acho que minhas músicas sempre dão bandeira de como anda a minha cabeça…

Você também faz os arranjos ou trabalha as sonoridades com a banda?

Quando mostro minhas músicas para a banda, na maioria das vezes sugiro a harmonia. Aí o arranjo vira coletivo. Quando gravo em casa, meu irmão faz o arranjo e a produção. Estou super ligada na sonoridade da banda e gosto de pensar nos timbres presentes em cada música.

Pergunta básica:  quem são as suas influências? O que você tem escutado ultimamente?
Acabei influenciada por aqueles que passaram pela vitrola dos meus pais. Grupo Rumo, Joni Mitchell, Gal, Wings, Yoko, Zezé Mota, Baby Consuelo e vários outros. E por ironia do destino, ganhei uma vitrola novamente. E fui buscar os discos no passado. E somei com vinis do Thelonious Monk. E no digital tem rolado o novo da Ná Ozetti cantando Carmen Miranda, Karina Buhr, Of Montreal e Druques.

Qual o papel que a internet exerce sobre o seu trabalho? Para você, a net abre caminhos ou cria obstáculos?
A internet é essencial para o meu trabalho. No meu caso, ainda sem disco, tudo tem acontecido pela internet. Meus últimos shows e projetos são decorrentes dessa divulgação. Com a internet, uma pessoa no Acre e outra na Ucrânia podem baixar ao mesmo tempo uma música que eu fiz cinco minutos antes de eles clicarem em download.

Sobre as cantigas de ninar, que magia elas exercem em você? Por que?
Minha mãe me ninou com músicas e também ouvia muitos discos de acalantos. Sempre gostei da música cantada nos berços. É a candura na sua mais pura essência. Pesquisei um pouco sobre isso na faculdade (fiz Multimeios, na PUC) e depois fui trabalhar em um museu virtual de acalantos. A poesia da infância me encanta.

E o desenho? Qual papel ele tem em sua vida?  Você desenha desde criança?
Desde pequena eu queria fazer disco e capa de disco. Mas desenhar mesmo, acho que comecei a gostar na adolescência. Eu fazia parte de um grupo de performance chamado “Improviso de Supetão” . Eu era a responsável pelos milhares de panfletos que a gente produzia. Gosto de pensar na imagem e no som das coisas. Veja os desenhos no flickr da artista.

Resumindo: quem é a Tulipa?
Ah, essa resposta só depois de muita terapia…