Nobel da Paz vai para ativistas que lutam contra violência sexual

O congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad ganharam o prêmio deste ano

O médico congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad
Créditos: Reprodução / Twitter
O médico congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad

médico congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad ganharam o Nobel da Paz de 2018 por sua luta para acabar com o “uso da violência sexual como uma arma de guerra e conflito armado”. Os vencedores foram anunciados pelo comitê do prêmio, em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira, 5.

Segundo a presidente do comitê norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen, a edição deste ano quer enviar a mensagem de que “as mulheres, que constituem a metade da população, são usadas como armas de guerra e precisam de proteção; e que os responsáveis devem ser responsabilizados e processados por suas ações”.

Em 2018, o comitê recebeu a nomeação de 216 pessoas e 115 organizações. O prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de dólares) será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro.

Os vencedores foram anunciados pelo comitê do prêmio, em Oslo
Créditos: Reprodução / Twitter
Os vencedores foram anunciados pelo comitê do prêmio, em Oslo

Conheça os vencedores

Após sobreviver a três meses de escravidão sexual por integrantes do Estado Islâmico no Iraque, Nadia Murad, de 25 anos, virou ativista dos direitos humanos da minoria yazidi. Ela foi nomeada, em 2016, como embaixadora da Boa Vontade da ONU para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.

Quando conseguiu escapar dos terroristas em 2014, Nadia liderou uma campanha para impedir o tráfico humano e libertar o grupo étnico-religioso yazidis, composto por cerca de 400 mil pessoas. Para os extremistas do EI, a etnia é considerada “infiel”. Cerca de 3 mil meninas e mulheres yazidis foram vítimas de estupro e outros abusos por parte dos extremistas no Iraque.

Já o segundo ganhador do Nobel da Paz, Denis Mukwege, de 63 anos, passou grande parte de sua vida ajudando vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo, na África. Ao lado de sua equipe, tratou aproximadamente 30 mil vítimas desses ataques.

Com o financiamento da Unicef e de outros doadores, Mukwege montou um hospital com 350 leitos, uma unidade de atendimento móvel e um sistema para oferecer microcrédito para as vítimas reconstruírem a vida.

“O princípio básico de Denis Mukwege é que ‘a justiça é da conta de todo mundo’. O Prêmio Nobel 2018 é o símbolo mais importante e unificador, tanto nacional como internacionalmente, da luta para acabar com a violência sexual na guerra e nos conflitos armados”, diz a organização no post abaixo.