Noruega congela repasse de R$ 133 mi para preservação da Amazônia

Noruega doou 94% para Fundo Amazônia, responsável pelas ações de preservação ambiental e combate ao desmatamento na região

Após a Alemanha, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira, 15, a suspensão do repasse de 300 milhões de coroas noruguesas_equivalente a R$ 133 milhões, revertidos em projetos contra o desmatamento no Brasil.

A medida, segundo o jornal norueguês Dagens Næringsliv, se deu porque para Elvestuen o atual governo não cumpre o acordo de preservação da Floresta Amazônica.

A preocupação dos noruegueses faz sentido: em julho deste ano, a área da Amazônia com alerta de desmatamento subiu 278% em relação a 2018, segundo informações do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Hoje, a Noruega é a principal financiadora do Fundo Amazônia, programa de maior relevância de combate ao desmatamento no País.

Noruega doou 94% para Fundo Amazônia, responsável pelas ações de preservação ambiental e combate ao desmatamento na região – luoman / iStock
Créditos: luoman / iStock
Noruega doou 94% para Fundo Amazônia, responsável pelas ações de preservação ambiental e combate ao desmatamento na região – luoman / iStock

Para o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por conta das negociações do fundo ainda estarem em andamento, a decisão de reter repasses à iniciativa pode ser vista como “natural”. “As tratativas sobre o Fundo Amazônia ainda não foram concluídas, portanto é natural que novas contribuições aguardem esse desfecho”, declarou o ministro à reportagem.

O corte também pode ser encarado como uma resposta à declração de Salles que, na semana passada, criticou a Noruega em audiência pública na Câmara. Segundo o ministro, o até então aliado não tinha moral para falar sobre desmatamento no Brasil, devido às suas políticas ambientais. “A Noruega é o país que explora petróleo no Ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental”, disse o ministro.

Em nota, dois dias depois, a embaixada rebateu a acusação ressaltando que “está comprometida a continuar com a gestão responsável, prudente e sustentável dos seus recursos petrolíferos”. E ressaltou que sua indústria petrolífera”é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental”.

E encerrou ressaltando a rigorosa regulam

“As atividades petrolíferas norueguesas estão entre as mais limpas do mundo, devido à rigorosa regulamentação governamental e aos altos padrões tecnológicas da indústria norueguesa”, informou a embaixada.