ONU veta discurso de Bolsonaro na cúpula do clima nos EUA

“O Brasil não apresentou nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima”, disse o enviado especial da secretaria-geral da ONU, Luis Alfonso de Alba

A organização das Nações Unidas (ONU) decidiu vetar o discurso do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) na cúpula do clima, que será realizada na próxima segunda-feira, 23, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. As informações foram obtidas pelo jornal ‘Folha de S.Paulo”.

“O Brasil não apresentou nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima”, disse à Folha o enviado especial da secretaria-geral da ONU, Luis Alfonso de Alba.

ONU veta discurso de Bolsonaro na cúpula do clima nos EUA
Créditos: Agência Brasil e Cop24.gov.pl
ONU veta discurso de Bolsonaro na cúpula do clima nos EUA

Segundo ele, a ONU pediu que os países enviassem um plano para aumentar a ambição dos compromissos climáticos e, com base nos documentos que receberam, selecionaram quais países teriam discursos inspiradores.

A decisão não cita especificamente o nome de Jair Bolsonaro, mas a ONU fez um grande esforço para que os líderes da nações participassem da conferência. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres pediu a participação dos chefes-estado. Logo o veto a um discurso brasileiro na cúpula do clima, é um veto a fala de Bolsonaro.

Também devem ser vetados Estados Unidos, Arábia Saudita, Japão, Austrália e Coreia do Sul. A lista final de discursos tem 63 países, incluindo França e Reino Unido, e deve ser divulgada ainda nesta quarta, 18.

Estrategicamente agendada para a véspera da Assembleia-Geral da ONU, que começa na terça-feira, 25,  a cúpula do clima foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, com objetivo de encorajar os países, em uma conversa direta com os chefes de Estado.

As contribuições anunciadas pelos países na assinatura do Acordo de Paris, em 2015, não são suficientes para conter o aumento da temperatura média do planeta abaixo de 2ºC.

As metas devem ser revistas entre 2020 e 2023. No entanto, acontecimentos de proporção internacional, como o aumento de eventos climáticos extremos e as queimadas na Amazônia, pressionam para um adiantamento da discussão, que já deve começar na COP do Clima deste ano, no Chile.