Opinião: a maravilhosa lição que o Datafolha deu para Bolsonaro
Há uma maravilhosa lição que o Datafolha deu para Bolsonaro (PSL): a imensa maioria dos brasileiros não tolera discursos que desafiem a democracia e preguem a violência.
A pesquisa Datafolha mostrou uma expressiva queda da diferença entre Bolsonaro ( 56%) e Fernando Haddad (44%).
Para quem achava que poderia vencer no primeiro turno, imaginava que o segundo seria um passeio, o Datafolha acende o farol amarelo.
A queda da diferença coincide com a estrondosa polêmica provocada pelas declarações de Eduardo Bolsonaro de que o Supremo Tribunal Federal poderia ser fechado.
Em seu discurso de domingo, Jair Bolsonaro parecia mais um chefe de milícia do que um candidato a presidente. Ameaçou retaliar a imprensa e perseguir oposicionistas, prometendo, por exemplo, colocar Fernando Haddad (PT) na cadeia.
Essas frases apenas reforçam seu histórico de elogios à ditadura e à tortura.
O Datafolha mostra que imensa maioria da população quer a democracia. As milícias podem fazer barulho nas redes sociais, mas se isolam nas ruas e não ajudam a governar. Ao contrário, atrapalham.
Se Bolsonaro for eleito, ele terá de lidar com os limites que a democracia determina, aprendendo a negociar, a conceder e, sobretudo, a respeitar a lei.
Certamente ele sabe que boa parte de seu apoio se deve apenas à ojeriza ao PT. São pessoas que, passada a eleição, vão olhar com desconfiança o novo presidente, afinal o inimigo PT já estará afastado.
Do contrário, sobra uma opção: ou tiram ele do poder ou implanta-se uma ditadura.