Orquestra de berimbaus mistura o ritmo brasileiro com blues

Por: Redação

Sábado ao som de berimbau. É assim que os paulistanos vão poder curtir o fim de semana. Uma Orquestra de Berimbaus se apresenta amanhã, 20, no Sesc da Vila Mariana, zona sul. Sob a regência do Mestre Dinho, jovens do Morro do Querosene, localizado no bairro do Butantã, zona oeste, mostram a versatilidade do instrumento.

Conhecido por dar ritmo à capoeira, o berimbau é um instrumento de traço forte na cultura popular brasileira, principalmente das vertentes originarias da cultura afro. Porém, nesta apresentação Mestre Dinho (assista a explicação do mestre) mostra que o instrumento pode ir além dos batuques e do samba. Misturas ousadas serão feitas, como a fusão do berimbau com o blues (ritmo norte-americano). A experiência já deu tão certo que virou disco, o “Berimbau Blues”, lançado em 1997. Ouça algumas faixas.

Salsa, reggae, techno, maracatu e samba-de-roda também entram na mistura do baiano que, em 2004, recebeu o título de cidadão paulistano. Criativo, ele desenvolveu o “berimbum”, um tipo de berimbau feito com corda de contra-baixo, do qual se obtém uma sonoridade extrabaixa. Inovador, o feito ganhou destaque na enciclopédia “Popular Music of the World”.

Mas, o berimbau é conhecimento mesmo por ser um instrumento de percussão da capoeira, por isso, ritmos referentes a esta prática não deixaram de estar presente no repertório da Orquestra de Berimbaus. “O papel do berimbau é que dita o som e o ritmo ao jogo, impondo o respeito, sendo assim o principal mestre da roda”, explica Mestre Brasília, um dos pioneiros da capoeira paulista.

A capoeira é de origem brasileira ou africana?
O assunto é polêmico. Há quem diga que antes de se tornar popular pelo uso dos negros escravos, a capoeira já era praticada pelos índios. Tanto é, que a palavra é um vocábulo de origem tupi-guarani “caá + puéra” que significa “mato ralo ou mato que foi cortado, extinto”, segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. E em 1595, o padre José de Anchieta já citava, em seu livro A arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil, que “os índios tupi-guaranis divertiam-se jogando capoeira”.

Já na definição de Mestre Brasília: “Capoeira é uma expressão brasileira criada pelos negros e seus e seus descendentes. Tendo como formação básica os movimentos dos animais, como: coice de mula e rabo de arraia.”