Pé na Escola: a Educação e o Direito como empoderamento

O Pé na Escola é um negócio social que trabalha com Educação Política Criativa criando conteúdos e práticas que estimulam a convivência na diversidade

Neste país não há partidos políticos: as organizações são divididas em conselhos temáticos relacionados à Saúde, à Educação, à Cultura, aos Direitos Humanos e aos Esportes. As decisões são tomadas a partir de um consenso e de maneira horizontal. Se existe algum problema, o ancião daquela comunidade é consultado.

O país descrito acima não existe (ainda), mas foi imaginado por um grupo de crianças e jovens durante o jogo “Criando um País“, onde se discute a Constituição e cria-se o país que queremos de maneira lúdica e interativa.

O jogo é uma criação do Pé na Escola, negócio social que trabalha com Educação Política Criativa criando conteúdos e práticas que estimulam a convivência na diversidade, a solução de conflitos por meio do diálogo, a criatividade, a colaboração e o respeito às singularidades. Atuam em escolas e universidades, com atividades, práticas e materiais personalizados; em empresas, com cursos e vivências e até mesmo no pré-vestibular, com atividades e conteúdos que facilitam a apreensão.

Jogo “Criando Um País”

O Pé na Escola surgiu em 2013, quando um grupo de estudantes – que se conheceu na faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) – decidiu se encontrar para saber como estava a vida de cada um e conversar sobre o cenário político-social do Brasil, abalado pelas turbulentas manifestações que ocuparam as ruas de todo o País. Naquele dia, olhando um para a cara do outro e infelizes com seus trabalhos, perceberam que precisavam fazer algo que fizesse sentido: empoderar as pessoas com as ferramentas do Direito por meio da Educação.

A advogada Vanessa Pinheiro estava presente naquele encontro. Na época, trabalhava no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – onde ficou durante oito anos e só saiu no último mês de abril. Sentia-se incompleta com seu trabalho e distante do que realmente amava: a Educação.

Desde o momento em que começou a estudar Paulo Freire e o “bichinho da Educação me mordeu”, como ela mesma diz, Vanessa sabia que era nesta área que gostaria de atuar. Mesmo em um emprego formal, dedicava-se à alfabetização de adultos e nunca deixou de pensar no Direito como uma ferramenta de transformação social.

Especialista em Direitos Fundamentais e em “Ética, Valores e Cidadania na Escola” (USP), com mestrado profissional em Administração Pública, Vanessa é a porta-voz do Pé na Escola nesta entrevista para o Cidade Lúdica, onde falamos não só das felicidades – e dificuldades – de trabalhar em um negócio social, mas sobre as mudanças sócio-políticas brasileiras, a decadência da estrutura piramidal do poder, a união entre Brasil e América Latina e a força da atuação em rede.

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