Pelas Ruas: Um pouco sobre Antônia Maria, Kadu, Pretinho e Gucci

Por: Felippe Canale

Andar pelas ruas de São Paulo sempre pode ser uma surpresa. Hoje, quando vi a cena abaixo, não resisti e fui tentar fazer amizade com essa turminha.

 

O meu “Oi, tudo bem?” foi respondido com muitos latidos e coleiras se enroscando uma na outra enquanto a Antônia Maria tentava me ouvir e organizar a galera que caminhava com ela.

 

O Pretinho foi o primeiro a me dar atenção quando eu pedi pra fazer uma foto.

 

Mas logo todos vieram se apresentar também. Na esquerda o Kadu, no meio o Pretinho e na direita o Gucci.

 

A Antônia me contou que trabalha como passeadora de cachorros há 16 anos. “Acho que fui uma das primeiras pessoas de São Paulo a começar a trabalhar com isso. Pelo menos, não conheço mais ninguém que faça há tanto tempo o que eu faço”.

 

Conseguir o click acima demorou quase 10 minutos de conversa. Pra organizar a foto, até biscoitinho o trio precisou ganhar. “Eu sempre ando com algum agradinho dentro da bolsa. Se eles fazem birra ou decidem andar pro lado oposto do caminho, eu uso esse truque e sempre dá certo”.

 
 

Na foto ficou parecendo que eles não deram importância pro biscoito, mas é puro fingimento. Vários foram devorados enquanto a Antônia me contava um pouco sobre ela.
“Eu uni o prazer de já gostar de cachorros, com a necessidade de ter um trabalho e uma renda. Hoje em dia, muita gente tem animal de estimação, mas acaba não tendo tempo de passear com eles. É aí que eu entro! Eu busco em casa, passeio por uma hora e depois entrego no mesmo endereço. Se for preciso, levo no petshop também e o cachorrinho já chega em casa de banho tomado, cheirosinho”.

E quanto custa este serviço? Pra Antônia passear de segunda a sexta-feira, durante uma hora, custa R$ 300,00 por mês. “Se você gosta de cachorros e tá procurando emprego, essa pode ser uma boa oportunidade. Conviver com os animais é ótimo, me faz muito bem. Além de eles me ajudarem a manter o bom humor, me sinto sempre muito bem acompanhada. Quem tem cachorro sabe, eles são como filhos. Fico feliz dos pais (ou donos) confiarem em mim”.

Por Felippe Canale

Jornalista parceiro da Catraca Livre