Pesquisa revela que 9 em cada 10 brasileiros apoiam a redução da maioridade penal

O levantamento ouviu 2.840 entrevistados de 174 cidades em todo país e foi divulgado nesta segunda-feira, 22 de junho

22/06/2015 16:14 / Atualizado em 04/05/2020 17:35

Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha nove em cada dez brasileiros são favoráveis á redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes violentos. O levantamento ouviu 2.840 entrevistados de 174 cidades em todo país e foi divulgado nesta segunda-feira, 22 de junho.

O resultado sinaliza um avanço na busca pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que propõe a redução em casos de crimes hediondos (como estupro e latrocínio), lesão corporal grave e roubo qualificado. Na semana passada, durante comissão especial, a proposta foi aprovada por 21 votos a 6.

Atualmente, Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas da China e Estados Unidos
Atualmente, Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas da China e Estados Unidos

Uma questão de classe?

Ao traçar um perfil da pesquisa, a defesa da redução cai conforme o aumento da escolaridade dos entrevistados.

Assim, entre os entrevistados com ensino fundamental, o apoio é de 90%. Já os que cursaram ensino superior, 78% defende mudança. Os mais ricos também tendem a ser menos favoráveis à redução que os mais pobres. Entre os participantes da pesquisa, cuja renda mensal é de até cinco salários mínimos, 88% disseram ser favoráveis à redução. Enquanto entrevistados com renda superior a dez salários, a aprovação cai para 81%. 

Os tipos de crimes 

A pesquisa também avaliou a opinião dos entrevistados de acordo com o tipo de crime. Para casos de estupro, 53% dizem ser favoráveis à redução, contra 41%. Para casos de sequestro, 24% apoiaram a redução, contra 14% de antes; para homicídio, o percentual passou de 75% para 80%.

Segundo o levantamento, 73% defendem a redução levando em conta qualquer tipo crime. Entre os 27% que apoiam a redução apenas para determinados casos, cresceu a defesa de alteração para alguns tipos de crimes violentos. O texto será votado no próximo dia 30, em primeiro turno na Câmara dos Deputados.