Petrobrás rompe contrato com presidente da OAB

A estatal enviou uma carta ao escritório de advocacia de Felipe Santa Cruz comunicando o cancelamento do contrato

Petrobrás rompe contrato com escritório do presidente da OAB, nesta terça-feira, 6. após ataques de Bolsonaro a Felipe Santa Cruz e seu pai, desaparecido durante a ditadura militar, segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, na ‘Folha de S.Paulo’.

Petrobrás rompe contrato com presidente da OAB após ataques de Bolsonaro
Créditos: Reprodução/Instagram
Petrobrás rompe contrato com presidente da OAB após ataques de Bolsonaro

Segundo a coluna, a Petrobras enviou, nesta terça-feira, uma carta ao escritório de advocacia de  Felipe Santa Cruz, comunicando o cancelamento do contrato que mantinha com ele.

O escritório do presidente da OAB atuava em causas trabalhistas da estatal. De acordo com Mônica Bergamo, no ano passado, a Petrobrás venceu uma causa estimada em R$ 5 bilhões que seriam pagos como horas extras atrasadas a funcionários embarcados nas plataformas de petróleo da empresa. Essa vitória foi conquistada graças a atuação do escritório de Felipe.

O julgamento deste processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi apertado: 6 votos a favor e 5 contrários.

“Era uma ação rescisória, algo como ressuscitar alguém que morreu. Eu salvei a empresa na causa trabalhista mais grave que ela já enfrentou”, afirmou Santa Cruz. Para a coluna, o presidente da OAB afirma que entrará na Justiça com uma ação para reparação de danos. “Há claramente uma perseguição política em curso”, salientou.

O advogado foi atacado na semana passada por Jair Bolsonaro.

Bolsonaro disse que se Santa Cruz quisesse saber como o pai, Fernando Santa Cruz,desapareceu durante a ditadura militar, ele poderia contar. A declaração foi dada enquanto o presidente da República reclamava que a OAB havia entrado com uma ação para impedir a quebra do sigilo telefônico do defensor de Adélio Bispo, que o esfaqueou na campanha eleitoral de 2018.

Depois, afirmou que Fernando Santa Cruz foi morto por militantes de esquerda.

O presidente da OAB foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedir esclarecimentos de Bolsonaro, que tem duas semanas para explicar suas afirmações.