PF constata que houve obstrução à investigação do caso Marielle

Testemunha e advogada foram indiciados por obstruir a investigação e por associação criminosa

O inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, que foi entregue para análise, concluiu que houve obstrução à investigação do crime.

Segundo o Gaeco do MP-RJ (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro), o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, testemunha do caso, e Camila Moreira Lima Nogueira, advogada dele, participam de uma organização criminosa e agiram para atrapalhar as investigações da Polícia Civil.

Marielle Franco morreu após seu carro ser baleado no Rio
Créditos: Reprodução/Facebook
Marielle Franco morreu após seu carro ser baleado no Rio

Ferreira trabalhou como motorista para o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, Orlando Curicica, suspeito de ser chefe de uma milícia que atua na zona oeste do Rio. A informação foi publicada pelo jornal “O Globo”.

Marielle e Anderson Gomes foram assassinados em 2018.

O crime

Na noite de 14 de março de 2018, Marielle foi convidada para mediar um debate com jovens negras no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Quando deixou o local, por volta das 21h, entrou no carro do motorista Anderson Gomes com a assessora Fernanda Chaves. No meio do trajeto, o veículo foi perseguido por outros dois; 13 tiros foram disparados: 9 acertaram a lataria e os outros 4, o vidro.  A vereadora e Anderson foram atingidos e morreram no local. Fernanda ficou ferida pelos estilhaços. Os carros fugiram sem levar nada.

Quase dois meses após a ocorrência, em maio de 2018, uma testemunha deu à polícia indícios de envolvimento do vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM e miliciano Orlando Curicica com o caso.